VERMELHO ENTRE PAREDES
Escuro o verso de mim mesma,minhas palavras são minhas sentenças sentidas, minhas sentenças... aquelas que ecoam sombrias na minha cabeça.
Eu não sei dizer quanto tempo eu agüentaria viver, me sentindo assassina de mim, me sentindo, maldita vazia, e oca. Oca, tudo é apenas uma falta de carinho com palavras, uma falta de sensibilidade em escudos, da vida concreta, que destrói os meus sonhos de menina em luar.
Provavelmente, antes que eu durma, me virão os fantasmas, meus demônios, e meus heróis e quando todos, juntos cantarem graves e potentes, a minha sentença é a minha dor sinfônica, minha poesia prosa melancolia, minha hora angustiante, meu espaço sem instante, minha dança consoante – Meu Diamante.... tão puro, tão branco – VERMELHO
Meu instinto, carregado a pesadelo, onde a delicia, das mãos macias, das mãos pequenininhas, é um fardo, é um medo. Mentirosa perseguição.
Mentirosa, como a mulher que acredita piamente em Deus, ou em seu próprio pesadelo, e não, sei se...
Quando choro, choro por mim
Ou se quando choro, oro por ti
Para que amanhã, ninguém mais sinta essa dor
Para que amanhã, minha alma se encha novamente
Com meu amor
Com meu calor
Não sei se...
Quando corro, corro para mim
Ou se quando corro, morro por ti
Morro por ti...
Eu quero me afogar nas águas torpes de mim mesma, nesses rios infernais e malditos, para sentir tudo que me renove, e injete, dentro de mim, um algo... uma droga filosófica qualquer, que me liberte da maldade de meus próprios pensamentos.
É um cinza existencial, que se salva, pelos poucos tons de azul escuro.
Meu Amor, Minha taça esta vazia...
Onde estarão, as frutas doces e as brincadeiras de casinha?
Por que Deus?
Na minha vida tudo que Amei, Amei sozinha.
E dessa vez, ah passou tão perto
Quantas são as formas de não encerrar-se sozinha diante de um mundo usurpador, duro, insensível...
Tão tão rude, ontem eu era uma Rosa branca, manchada de vermelho, maculada por uma faca que rasga pétalas que sangram, fui filha de uma Lua Vermelha cortada em fatias e servida como pizza, toalha vermelha, dia de Agradecer! Meu Amor... o jantar esta pronto?
Como podemos viver, para esperar a vida que nos corre nos mate.
Ela nos mate.ASSASSINA!
Ela esta correndo atrás de você... ela quer destruir toda a sua pureza e os seus sonhos, ela vai transformar-te, em algo tão diferente de como você era quando você nasceu, e você será uma árvore sem raízes, mal se lembrará... Já faz tempo que o Dinheiro comprou a Dona Morte, ela nos mata, para seu lucro, e para o lucro do Sistema de Realidade.
As meninas dançam com seus vestidos brancos manchados de vermelho.
Um vermelho de mãe, é belo o escarlate sanguíneo e inebriante de fertilidade, mas o mesmo vermelho, é o vermelho da carne que arde, do corte que sangre, feito um açougue interno emocional... agride.
Nosso branco que já nasce tão sem esperança esta repleto de sonhos que não se realizar.
Quando olhei as crianças: eu vi...
Crianças de Lua, corriam pelo gramado, com mãos de abraço, meu homem me abraçava... tudo estaria bem, se o acaso escravo da morte, não fizesse parte da conspiração, contra a felicidade, que travavam Demônios, contra os odes da terra.
Meu sonho, arremessado, a um algum dia, evacuo minha alma, enchendo-a do mesmo vermelho, maldito vermelho.
Vermelho que não me pertence.
Quero os braços, contornando minha cintura, quero o cafuné o beijo Dele, para que ele me prometa que nunca mais eu vou sentir desse jeito, que me virão, frutas, flores, danças, luas e sóis, que de seus braços eu arranque a paz...
Que a paz dele acalme o mar revolto vermelho dentro de mim.
Algum dia... (deveria ser considerado o termo mais mentiroso existente)...
Mas, Algum dia – não sei em que tempo, ou lugar, eu vou sentir, e vou deixar crescer, respirando bela, as flores da Primavera que te criaram, e se eu tiver medo, você me segura, eu te seguro, a gente pode falar de umas coisas de uns dias que virão onde as coisas vão ser bem melhores...
Meu sonho nascerá... de um beijo, na Noite certa de Primavera...
Mayra Beleza Portela
Epitaph - King Crimson
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