Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Descrição de Imagem: A Vagina Secreta

Ensaio Descritivo




Enquanto o ar e as imagens a envolviam em um cenário colorido e místico, com vozes brincadeiras de circo e sons do mato, em meio a cores e pessoas - buscava alçar o inalcançável, um simples suspiro divinizado, que trazia do não as intermitências das formas transgredidas por seus dedos rápidos.

Internamente tencionava o ventre de onde provinha o suspiro que sistematizava sua leveza altiva com a avidez do eixo de seu rosto voltado acima.

O desenho que se colava como ela por cima de uma imagem paisadoresca, tornava o fundo composto com a imagem, e seria talvez muito fino o véu de linhas que distinguia Mulher de cenário, ou Cenário de mulher.

A composição sujeita a escolha estava aberta, e a Mulher que mostrava era sábia e sublime, conhecedora de ventos e tempos, sagrados e debochados, nunca profanos, onde se esconde em olhos semi-abertos, a Senhora com Árvores que nascem de sua cabeça, ou a Senhora colada sobre as Árvores, que na totalidade visual lhe fariam um chapéu honroso e digno.

Pequenos homens sentavam-se sobre seu braço profético, e como distante sob longa perspectiva pareciam pequenos, eram intrusos, mas ao mesmo convidados a esta composição, onde o adorno da Dama era feito por árvores e pessoas de diversos tamanhos.

Sua Mão Profética e terrível sobreposta sobre o rapaz de blusa azul claro, é uma aterrorizante visão que toma em antebraço e mão conta de todo o corpo do rapaz se abrindo com dedos em garras sobrepostas a seu peito, podemos ver do pobre rapaz apenas o rosto tenso e os pés que aparecem abaixo do fino cotovelo da donzela.

Temos nessa imagem um que expresso meio Elfa meio Harpia em singela sintonia com um colorido social quase contemporâneo mas, não menos estético. No mundo dessa imagem não existe espaço vazio é tudo um cheio ou de céu, ou de árvore, ou de chão, ou de pessoas e pessoinhas, ou da lotado seja pelo espaço da imagem ou de seus ligeiros prolongamentos, da mulher que tanto citamos acima – a Rainha da Foto.

Em torno do centro da foto, temos a questão profética (sobre o qual acreditamos que contasse a Dama), representada pelo que acredito ser um skate, mas que o símbolo, o símbolo – esse é tão antigo quanto sagrado, estamos aqui falando de Vagina.

E o rapaz que a segura, que podemos chamar aqui de Portador do skate vagina, a segura, ignorante e ignorando as possibilidades que essa tem em liberdade simbólica de ser- A Vagina virando-se quase de costas a seu “portador” e mirando discreta a Rainha de nossa foto, entre sussurros telepáticos elas conversam e confessam...

O Portador corta parte do Garoto de dreads, onde a Juba compõe uma simpática brincadeira com a barba, e sob o corpo do colega esconde a primeira parte do focinho. Entre o Portador e o Rapaz de camiseta azul claro, quase pessoas existem compondo o espaço. Afinal o Nada é sempre um lugar a ser preenchido.

O que pertence ao fundo sendo o fundo cheio de gente, árvore ou chão livre, se compõe nossa cena 4 personagens em ação, cuja nossa foto – pausa estratégica demonstra: A Mulher que impõe sua Mão Profética, a Maior personagem da imagem, apesar da imagem existir não nos deixando ser capaz de vislumbrar o outro braço da moça. O Rapaz de blusa azul claro com o corpo dominado pelo braço/garras da Mulher. O Portador do Skate – Vagina. E o misterioso Garoto de dreads.

O fundo adorna e detalha os personagens principais, dando-nos o gosto da visão surrealista onde tudo compõe e é composto, e nada é posto de lado, até um indescritível ponto branco indefinido surge ao lado da perna do Garoto de dreads.

Um grupo de figurantes transformou-se em uma roda única adornando como Flor de Gente o gramado, enquanto a indefinição fecha a nossa visita a composição, com a personagem mais enigmática, enigmática por não ser personagem e não ser fundo, por não mostrar o rosto e ter intenção nítida de sair da imagem, pulando talvez para uma possível próxima foto.

Mayra Beleza Portela

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