Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

...Nunca mais...nunca mais....


Ai essa hora que não passa
Esse tempo é uma desgraça
Vou aprender a reviver
Longe do que antes foi perto
Sozinha em hora de aprender
Esquecer o passado
Tentando encontrar meu certo
Meu centro eternizado
Que nunca foi encontrado

Tira-me ao peito essas fatais
Garras que abrindo vão a minha dor já crua."
E o corvo disse: "Nunca mais". (Edgar Allan Poe)


Queria descobrir em que parte do passado fiquei presa...
Qual a minha incerteza?
O que me faz ficar assim?
Perdida
Um eu fora de mim
Queria que me dissessem....
O que foi que aconteceu?
Se me mataram se me amaram?
Se se foi...
Se se perdeu?
Que parte de mim morreu?
E quem resta, no que resta
A vida amiga/inimiga me testa
E se atesta de manter-me em minha compulsão
E tão saudosa solidão que antes eu queria
Que me parecia delícia de liberdades mil
Mandou-me a puta que pariu
E na lua cheia do cio
Meu miado de tristeza
Predadora
No fundo presa
Só resta uma certeza
Agora quero ser só eu por mim
E enfrentar difícil como é assim...
Onde isso começou?
Na infância? No meu primeiro amor?
Me perdi no que passou
Bebendo do passado
De um cálice mais puro licor
De dor de sangue de fervor
Por que ele jaz escondido?
Meu palco de cortinas fechadas
Ninguém pode ou consegue ver o cálice
Cálice coberto por cortinas de tristezas cristalinas
Tudo ilusão
Vejo o meu véu - minha mentira
Forjada em puro barro
Minha latente decepção
Doía muito mais
Por que esse gosto amargo eu desconhecia
É um nunca mais!
Uma impossibilidade plena
Cadáver jaz
Nunca mais me persegue
Me segue
Certificando sua própria ciência 
Como se até ele, frio como só ele, talvez a morte, tivesse dúvida de sua própria possibilidade em eternidade
Não se pode prever o destino, sei bem, por procurar escutá-lo em todos os seus sinais, por mais que se saiba, do absurdo em pequenos detalhes, esse acaso...
Esse acaso é tão astuto que ninguém nem nada o escapa, mas deixa seus rastros, sincronicidades, e me vejo, feito detetive investigando pistas, buscando suas marcas. Sou boa nisso, mas, ele é pura ironia comigo, e conhece bem as pistas, as vezes recados que deixa.
O recado dado esta claro - É nunca mais quem me espera
Livrar-me desta gigante quimera
Perdoar o que já era
E Quem me dera, sonhar com um outro dia...

Mayra Beleza Portela


domingo, 29 de janeiro de 2012

Reerguer minhas colunas!

E de novo...



As velhas coluna ruiam de par em par
Tudo ameaça
A vozes que antes acalentavam
Hoje são movidas por torpes mãos 
Rasgaram todos seu véus
E sou eu de novo em mil demônios
Os cães dos céus cantam suas hostes
E eu queria muito que dessa vez 
Que Deus tivesse aqui, 
Não em mim, em tudo ou na natureza
Em vez de Deus, existe eu.
Existe o mundo e além
Um lugar cheio de eu
Um lugar cheio de ninguém
vazio e frio de se viver
Talvez o único lugar para escolher
Hoje tudo lembra você
Jaziam no chão, as colunas do meu templo
As imagens dos antigos deuses hoje foram vendidas
E talvez também as nossas vidas
Onde em esquinas despercebidas
Todos se olham... ninguem se vê
Até você...
Eu não vejo mais você
Eu não vejo mais por que
Fui deixada a sós com meus escombros
Fui deixada a sós em minhas ruínas
Sacerdotisa do templo, sem templo
Pelos seus destituída
Eu acredito nessa vida
Eu procuro uma saida
Entre os restos dos meus deuses machucados
Ouviram sete vezes meus gritos 
Enlouquecidos, apaixonados
Eu sempre tive fé
Em cada minha palavra, gesto ou respiração
Eu busquei meu caminho
Concretizar o meu destino
Traçando com amor 
Tudo que ensino
Agora paraíso perdido,
me passe sua senha
É preciso tempos de paz
Em tempos de guerras
foi preciso tantas eras
Palavras, feitiços, feras
Quando no silencio da noite que cai delicada, 
Sou eu, minha deusa, minha alma dilacerada
Só.
Contando os dias, sonhando em reerguer minhas colunas...


Mayra Portela