Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

sábado, 29 de janeiro de 2011

AQUELA MULHER RESPONDE

(...atendendo a pedidos...)


SOBRE:
Meu sonho é eterno, vivido e sentido às custas dessa ânsia desse desejo, que é inteiro, por ser corpo, pensamento, coração... Em todas as dimensões do desejo, eu caio sempre nas mesmas pedras, a falta consome branca, os dias desgostosos sem presença...

Branco desejo sem lugar, quando já não se tem tanta vontade de desejar... Nada é meu, se não no instante pequenininho de completude meu Agora – meu abraço.

Agora o instante que possuo e que marca com saudade tudo que não posso ter, por que... simplesmente – Não é agora... Não é a hora...
 
*Aquela Mulher*

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

AQUELA MULHER

Ela andava com cabelos ao vento
Face a face contra e a favor do tempo
Pensava em como a chamariam, aqueles que vissem seu caminhar e caminhar...
Como ela se chamaria? – ela que era demais apegada a criação de nomes e palavras...
Como se ao saber descrever com perfeita e harmônica certeza de que as palavras que escrevia repetiam o exato sentimento, ou cor que gostaria de descrever. Possuía quando conceituava, e por vezes o nome de uma amiga possuía mais significados do que estrelas estão no céu...
A sinestesia mediúnica era sua marca registrada – poderia contar histórias com cheiro, sabor, cores e texturas, elevava a imaginação ao primitivo do corpo, habitado por sua alma.
Quando ouvia música dançava sensações do corpo com cores do universo e sentimentos particulares...
Era uma mulher essencialmente Mística, ou Mítica se preferirem – poderia ser a mais Louca das Damas e a mais normal das mulheres, talvez por ter sido tocada muito cedo pela Deusa, e por ter tido estrelas demais para ensinar e guardar na vida.
Ela era Intensa, ardente e verdadeira, tal qual ao nativos do Fogo...
E intensa era... E conceituava e escrevia – porque...
Ela é uma Mulher que passa – lento ou rápido...
Aponta a Estrela, sugere inspiração, distribui dons, e a pretexto de ler mãos, ou o céu, ou cartas, ou estrelas – lê almas, e como se isso pouco fosse, ela se entrega em amor – deixa um pouco de si nessas almas e leva um pouco dessas em si...
Ela carrega um milhão de amores por onde passa, e tem a capacidade ilimitada de apaixonar-se por tudo que vê por que simplesmente acordou e inspirou fundo...
Ela é capaz de ver Beleza em tudo, mas sofria muito, com a solidão e a tristeza da falta que fazia aos seus.
Por que Ela é uma mulher que passa, Ela é uma mulher livre...
Bruxa, Maga e Cigana – Sacerdotisa da Noite e de Lillith – Esquizofrênica diziam... – Demoníaca e Angelical, a quem enxerga sem ser cego de alma.
Ela não crê na ciência – não crê no empírico, ou no concreto. Ela crê no que há dentro e transcendente no ser humano – Ela crê em olhares, almas e vozes.
Ela não se vende ao materialismo, ela usa o materialismo da forma mais prudente que pode, por que ainda é humana... muito humana...
Ela gosta de ser humana, mas é estrangeira nessa terra... em todos os seus lugares, por isso mora dentro de si mesma sozinha, e ajuda os estrangeiros que encontra pelo caminho a encontrarem suas e estrelas, e viverem menos tristes num lugar tão cheio de dor e repressão.
Ela vem de um mundo onde A Verdadeira Vontade é Lei, os salões são dourados, lá existe a liberdade do desejo, e a única obrigação de ser o que se é...
Segregada carrega dores profundas, rancor e ódio no coração, mas, tudo isso some diante do sofrimento do outro, e do tamanho de seu coração.
Se ela pudesse – tragaria o mundo pela vagina, engravidaria e pariria de novo, por que certamente assim o mundo seria um melhor lugar de se viver...
Ela não tem medo de se frustrar – Ela só quer prazer e vida
Nasceu contra o tempo, não gosta da Vida que Mata, gosta da Vida que Vive!
Ela era Bela, por que acreditava na Beleza, na Vontade, no Prazer e na Liberdade, num mundo cinza, ela acreditava na Poesia, na Magia, no Mito e na Arte, e ninguém tiraria o último brilho de Princesa dos seus olhos de Mulher.
Ela passa, nunca sente que pertence - a solidão existencial simplesmente por bem ou mal fazia parte de sua personalidade... e sem demais sentia Saudade!
Por que ela uma hora sempre parte... carrega saudade de doer o peito: desde os amigos de infância, até os sonhos que um dia poderia realizar...
Ela passava... e certas vezes podia ouvir as vozes distantes que perguntavam – Aonde você esta? Aonde você foi parar?

(Não importa)
Perdi-me em Beleza.
Pois se nela não me perdesse, certamente me perderia de mim.
Andaria por ruas desertas em cinza
Não encontraria sinal, luz ou harmonia
E a leveza que a Beleza traria...
Ao faltar me faria menos Eu
Dentre os tramites e jogos de mim mesma
Nada me culpa, mas apenas a Beleza me salva
Quando a procuro, como quem procura abrigo,
No cerne das palavras, nas manhãs ensolaradas, ou entre a sujeira das ruas
Ela descansa minha vista
E por existir faz com que eu não desista
Da Beleza que há em Mim
Em mera e doce majestade que se apodera das coisas
Ela vem... ela sempre se apodera de Mim
E me faz serva ao ver que ao passo que me possui, ela não é minha
Eu não sei nem se ela é... ou se somente esta...
Está mansa e florescente sobre a paisagem – onde perco a noção dos próprios limites que ordenariam tua harmonia simétrica ou assimétrica simetria.
Jamais viver sem teu deleite doce... eu poderia morrer de tanto enxergar e tragar de meu centro seu centro.
Como se em dada hora eu pudesse encontrar um elemento básico e imutável que a tornaria Minha e Eterna.
Mas, você não é Nada ao passo que esta em tudo – Se parece com Deus em sua ignorante e onipotente presença.
A Beleza não sabe que é Bela. Ela é.
O que haveria de mais divino no ser humano, se não a reprodução da Beleza em seus testes e desfrutes?
Talvez sua manifestação latente, manifesta, incontida, ou simplesmente na imensurável paixão por enxergá-la...
Não importava... ao passo que a Beleza estava, ela continuaria a ser Aquela Mulher que passa, Aquela Mulher que marca, que fica, Aquela Mulher que eu não possuo, mas é.

Mayra Beleza Portela

domingo, 9 de janeiro de 2011

Ave Maria

A percepção da chuva, do trovão e da tempestade, excitou dentro da alma sutil das meninas suas santas e deusas...

Essa tempestade era poderosa, era o orgasmo múltiplo e incessante das mães das mães – Gaia gozava, seus trovões, seus músculos contraídos, gemidos altos, enquanto sua água sagrada escorria pelas pernas.
Nenhuma mulher poderia permanecer a mesma nesse momento, a presença de tamanho poder no mundo, desabrochava nossas flores...
Na meu lado esquerdo – a doce e risonha Alice, que possui o sorriso mais brilhante de todo o céu, e o abraço da menina que quer dizer sempre e sempre “Eu te adoro!” – Alice tinha problemas com a fronteira dos sonhos e da realidade, exigia de um o que era do outro, e de outro o que era deste um, espero que ela descubra que as crianças tem sempre razão, ao contrário dos sujos adultos...
A meu lado direito, uma atriz desabrochando e desabrochante que possui no corpo, nos olhos, no cabelo, a passagem mágica do “tornar-se mulher”. Seu gestos são puros, doces e nobres, como a princesa que colhe ervas sagradas para curar sua mãe.
Possui no peito a solidão certa dos poetas e das crianças, por isso é tão bela e tão forte – é seu segredo.
Atriz, a aprender coisas sérias de mulher, para ser mulher é preciso deixar sua mãe, deixar o nome que esta nos deu, despedindo-se dela com um beijo apaixonado – Por mais que você não queira, não aceite eu encontrei meu outro nome: Sou fantasia...
Sou quem quero ser, só sou...
Quando leio o texto – já sei meu papel
Às minhas costas uma Santa, mulher que pouco ouso descrever por tamanho respeito.
Possui a maior coragem do mundo: Casou-se com Deus.
É sacerdotisa da Deus, Senhora da Virgem Maria, e tudo mais que eu puder dizer será pequeno diante da benção que é conviver com a coragem de deixar o mundo pelo sacerdócio da caridade e do cuidado.
Hoje ela não é do mundo, ela apenas o abraça, cuida e nina.
Freira – Anja Sagrada do Amor de Maria, elas não precisam de falo, nem dessas carícias pois são repletas de um amor para dar que nunca acaba.
A minha frente esta minha Vênus zombeteira, que linda ultrapassa desinibida os limite da sensualidade, do obceno, do ridículo. De tanta graça, é engraçada e sem vergonha.
Canta alto, debocha, e dá risada...
Seu corpo é uma explosão de abundantes sorrisos, de seios dilatados grandes, leve e lindamente caidinhos, acalentados sempre pelas rendas do vestido, como quem diz: “Vamos brincar por que sou mãe, vamos brincar por que estou viva!” – e meu riso abunda, e meu riso abunda...
No centro estou Eu, me sentindo sagrada, me tornando sagrada, tomada por uma força que me orgulho em captar, para que essas deusas curem minhas feridas. Estou aqui entregue a elas pedindo bênçãos!!!

Ave Maria, cheia de graça
O Senhor é convosco
Bendita sois vós dentre as mulheres
Benditos são todos os frutos de vosso ventre
Santa Maria, mãe de Deus
Rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte
Amém

Aquela Mulher

Espectadora de Conversas Insanas da Vida Cotidiana

- Cópia associada e resumida de conversa real entre 3 amigos, chamados aqui de 1, 2 e 3.
*Se fossemos uma Ordem Intergaláctica o texto talvez fizesse mais sentido*
- Obra artística significada.
1 -Vida difícil – Nossa peguei uma mina mó nada haver nem tinha beck –
2- Ai deixa eu desenrolar esse fio, fio enrolado me incomoda, me incomoda.
3- Sem enrolação... telefone sem fio – sem enrolação.
1-Ah eu queria vender celular!
3- Ah! mas hoje todo mundo vende celular...
2-Eu tenho uma idéia de fazer um ônibus boteco – bar dentro do busão..
1-Mas num tinha isso na paulista numa limusine?
2- Minha parada é assim – a galera quer fazer uma festa, ai vai um ônibus tipo de viajem, com área para sentar, baladinha, ia ser legal, preço legal....E não precisa ser viajem longa...
1-E se tiver tendas com drogas e prostitutas?
2-Ah n sou tão mafioso, melhor eu não despertar essa coisa mafiosa
3-E o metro balada?
1-A galera ia acabar fatiada...
2- Ah a GALERA É PSICO...
1-E PARQUE DE DIVERSãO? – CARAS QUERENDO TE BATER COM COTONETES GIGANTES(tipo OLIMPIADAS DO FAUSTAO), só que COM FASES diferentes, VODKA, MACONHA, PÓ, É O DESAFIO é  PASSAR DE FASE.
2-Lá em Minas tem a olimpíada da cerveja, a galera vai correndo com engradado de cerveja, um cara na ponta outro na outra.
3-Vamos participar, ai a gente vai treinando, a gente vai ganhar!
1-E skate com carreira de pó?


Mayra Beleza Portela



PARANÓICA NECESSITA SER ESCUTADA

Paranóica necessita ser escutada, não sendo surta, as vezes quando surta ainda não é ouvida. E é dessa forma que uma carência-tristeza parasita nasce e se nutre no peito dos que tinham algo realmente importante a dizer. É como reprodução por brotamento - Não podendo contar ao outro (que não se interessa) conta a si mesma, retira um ser de si, um ser que escuta e acalenta.
Esse tipo de louco, constrói um mundo de significação própria tão intenso, que se sente perdido, sozinho, ante a maravilha de suas fortalezas de conceitos, o mundo que ele vive é seu brotamento manifesto - onde  Vida - Obra - Autor são a mesma coisa.
Esquizofrênico - A mais criativa das criaturas? Não?
Bom, por enquanto chamemos de... Escritor....



*Sentada olha para o nada - na procura de?

Estou no fundo de mim mesma
No submundo do meu mundo expresso
Onde tudo é Linguagem
Eterno Inferno Desconexo

*Sente os pulsos doendo, das tentavas de páginas e páginas, era simplesmente impossível de explicar – Impossível: Sua experiência manteria-se intacta no fundo de corpo e alma, sem nenhum tipo de registro que impuro em racionalidade atrapalhasse o seu prazer de ser e vencer...
*Escreve, escreve, balbucia alternando cantigas cochichadas, risadas, e certa tosse, o ritmo de seu balanço aumenta, e a moça prossegue sentada no chão, entregue...
*Cada vez mais nervosa – Das coisas que são impossíveis de serem explicadas: pelo simples fato de não pedirem explicação e pertencerem ao campo Mitológico dos sentimentos.
*Range dentes, irritada, suspira pausadamente entre palavras, com mão trêmulas e tensas...

Minhas mãos já não conseguem escrever
Minhas mãos já não conseguem escrever
Minhas mãos já....

·        * Para e fixa um ponto em sua frente – lunática

Lido.
Meu verso.
Desconstruído.
Estou empenhada.
Em um critério.
Tão preterido.
O Elemento Primordial!
A Pedra filosofal!
- isso é só cavar em submundo de terra de ossos de sangue nas unhas...


*levanta-se graciosa

Tudo isso por que hoje eu queria, queria fala sobre Abajures.
Abajures! Eu gosto de Abajures !
Gosto de Abajures claros, escuros, coloridos, pintados, desenhados, ou de papel  colorido, aqueles que que refletem luzes nas paredes...

*brusca olha para frente

Certa vez tive um Abajur de plástico! Um importante Abajur...
E gostei muito mais dele...

*(bocejante)


Do que de Platão, Aristóteles, Deleuze, Guatarri, ou Górgias...
Eu realmente, só queria falar de Abajures – Pena que ninguém se interessa por isso...


*Anda até o fundo do palco voltasse frente a frente com a parede








Lá se senta e lá fica.
Lá esta a moça incompreendida, que talvez um dia pudesse falar, sonhar, desenhar, cantar ou escrever, sobre as coisas que se sente que não tem nome.



Mayra Beleza Portela