Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A CIGANA FALA :





Quero vos falar desta sorte...
Amigos... sou amiga - da sorte, sorte maldita
Ou Bendita sorte 
Aquela que rege a vida e a morte
Simplesmente a prestexto de ler mãos- eu leio almas
Ao lê-las as toco
Ao tocá-las levo uma parte delas comigo 
E deixo uma parte de mim nelas
São certas trocas necessárias por viagens tortuosas e ciganas
Que me fazem mais e menos eu
Eu sou um receptáculo de lendas
Apenas aquela que escuta as vozes dos deuses no momento em que você mesmo não pode escutar
Me torno você sob o jugo dos Deuses
Que a sorte te guarde!
Que a noite preencha, como a tudo ela preenche, as lacunas do que aqui não foi dito



Mayra Portela

quarta-feira, 20 de junho de 2012

DAS VISITAS NO HOSPITAL PSIQUIÁTRICO




I) Da Loucura e cura
O que me atrai na loucura?
Que caminhos eu havia trilhado para chegar até aqui?
Eu nunca gostei de hospitais 
Eu nunca acreditei que essa fosse a melhor forma de cura
Talvez fosse a força da minha negação
A força de acreditar que as coisas poderiam ser tão...
Tão diferentes do que são.
Se eu lhes falasse o que realmente passa na minha cabeça
Louca seria eu então
A espontaneadade cega de crer e viver no que se sente como verdade
Por vezes sem medo 
Por vezes com medo demais da sociedade
Eu também sempre fui assim
Só que menos ou mais corajosa
Por não ter me entregado 
A imensidão libidinal sem fim
Do inconsciente
Para que ele fizesse o que quisesse de mim
 Eu nunca gostei de hospitais
Nunca gostei da idéia da medicação
E tenho ainda mais dificuldade de lidar com médicos
Eu nunca pensaria naquelas coisas diante dessa situação
No entre mundos de sanidade ou insanidade 
Todos deveriam ter direito de se encontrar
Ser o que se é aqui nesse mundo, nesse lugar
Sem o risco voraz de ver seu ego cindir
Desmoronar...
Medicar?

2) Rica Esquisitice
Tantos mundos dentro de uma mesma pessoa
Uma frequencia própria repleta de seus símbolos e rituais
Tudo visto tão depressa
Eu queria me envolver mais
Saber mais e de mais
Sobre aquilo que faz o outro ele mesmo
Original e próprio em si mesmo
Qual seria sua maior esquisitice
Tranformada em sintoma por uma sociedade maldita?
Sublimado pela arte como pleno recurso?
Algo do lendário se fazia presente 
No discurso daquela paciente
Que profano e sagrado me envolvia
Ao pensar agora sobre esse algo que antes nem percebia
Esse desvendar do sentido primevo 
Me incitava o desejo 
De me dedicar através do que vejo
Às pessoas, naquilo que ninguém as escutaria...

3) Profecia de Louco
Ele se dizia Deus
e por ser Deus e homem 
Ele dizia que era Santo
e por santo que era...
sofria
Por ter vinto a essa terra
E que todos os milagres 
que Jesus fizera
A permissao de deus austera 
foi quem decidiu
Que tinha raiva de quem lhe pariu
E Deus é justo?
Se de seus poderes de santo lhe privou
Esse homem estava errado?
Tão fácil julgar o louco e esquecer que está tão próximo do sábios
Profetas esquecidos
Inaproveitados
Sem quem se interessasse em ouvir a sua história
Como Cassandra desacreditada...
Daquelas pessoas que parecem saber tudo 
E o mundo lhes diz que não sabem de nada



Mayra Portela (Estágio Básico)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Vacas que voam... Estou ficando doida!!!!!!!!!!!!!


Estou cansada de me darem apenas o nome das coisas
Estou cansada de estudá-las
Estou exausta de descrevê-las
Estou exausta de fingir todos os dias – que eu estou entendendo realmente alguma coisa
Ei! Alguém conhece um jeito melhor de sobreviver aqui fora?
Se...
Quando olho para dentro de mim
Tantas e tantas coisas
Não há linguagem que me salve
Talvez apenas o mito
Talvez apenas a arte
Talvez apenas o rito
Me salvassem de mim
E desse desconcertante nomear sem sentido
Por quem desconsidera nosso verdadeiro sentido
Puderam cientistas descobrir mesmo realmente o que somos? Por que tão diferentemente somos aquilo que somos?

Talvez sejam todos falsos
Mascarados que tentam descrever e viver ...
Aquilo que tão pouco sentem
E se fingem viver inda contentes, com ais de grande valor molhados a hipocrisia
O arrogante que anda com sua arrogante teoria mecanicista de merda
Não mudou, nem vai mudar o mundo... esse cara era apenas um sintoma, cuja causa temporal foi a conduta que reforçou e condenou certas coisas, conduta essa exercida por um maldito arrogante que anda com sua arrogante teoria mecanicista de merda.
Quero tecer num cantinho qualquer meus versos sem pensar no tempo, minhas reflexões de um livre existir, apenas respirar um pouquinho, finalmente aliviada, do tanto que eu corri para chegar aqui...
Sempre corre, corre, contando os minutos no qual pode olhar para o céu...
Queria fugir por um tempo... por que estou com muita saudade de algo em mim, algo que deixei em alguma estrada, algo que tentaram destruir, algo que talvez nem mais deva existir...
Ele teria de recolher os meus pedaços, antes que o mal que me rondasse pudesse ser certeiro, ele teria que estar inteiro, meu guerreiro, meu guardião.
Não cabem histórias românticas nesse dia.
Nem desabafos de uma mulher surtada
Esquizo- paranóide
Tudo ou nada
...............................................................................................................................
O tempo acabou
De volta ao trabalho.
As vacas que voam voavam em círculos, com seus olhos brilhantes, num dia onde chovia leite...


Mayra Portela

terça-feira, 5 de junho de 2012

Oposto e ou Complentar




Não importa o que tiver de ser
E se tiver que ser
Então que me siga 
Então que se siga 

Do nosso modo próprio 
Do nosso bem me quer
E se me quer como eu vejo
Que seja eterno desejo
Num instante outro qualquer
Homem e Mulher 

Oposto conciliador 
Dos sem conciliação 
Seja em terra 
Seja em fogo
Agora nesse meu jogo
Seguimos a intuição
Onde meu corpo descansa
na sua respiração...

Mayra Portela

domingo, 20 de maio de 2012

Sinceramente


Olha... faça o seguinte: Vai tomar no meio do seu cú!
Ei, estou cansada, estou cansada de verdade - o universo não percebe
Um ser que deseja ousar em tanto, e por outro lado constui-se de travas e restrições
Quem de nós não seria assim?
Se estiver afim de encher o meu saco...
Me deixa aqui - estou só tentando ser o máximo de mim mesma nessa terra
Me erra! Some! Desintegra! Explode! Destrói!
Desgraçado!
Vai a merda!
E aprende a pagar esse preço sem fraquejar
Vê se morre!
Simplesmente...


Mayra Portela

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Meu pecado original


Vou estancar essa ferida sangrante
Vou concertar esse meu caminho errante
Que só anda em círculos por te amar
Vou esquecer-te a cada instante
Quando deste me lembrar
E agora já sou outra
Pura cicatriz
Vou ser mulher de malmequer
Que diz e que disdiz
Impossível ser sincera
Se eu queria ser feliz
Herdei a marca da maça
Mulher pecaminosa!!!!!
Que foi que eu fiz?


Mayra Portela

COISA DE HOMEM



Se se prender as minhas intenções
Já te conto de cara - Não te farei sentido nenhum
Estou presa nesse agora nesse tempo presente
Insistente...
Que se ressente com a frustração 
Por que eu queria agora
Aquela... e não menor sensação
Enquanto se perde no que acha ser uma intenção
Não entende nossa experiência
No campo de outra dimensão
E ainda me diz sem razão?
Se sou louca 
(não sabe me interpretar)
Burro és tú então!


Mayra Portela

domingo, 15 de abril de 2012

Conjecturas do Eu no Mundo



Eu estou com um medo persecutório de mim mesma
Por me encontrar desencontrada em tudo que vejo
Tudo eu em meu nárcisico objeto de desejo
O Mundo se parece comigo
O Mundo não se parece comigo
Apenas Eu...
Que me pareço e distancio desse mundo
Seguindo meu Círculo completo
Num pequeno ponto 
Onde Eu sou o Mundo
Onde o Mundo sou Eu
E Eu sou o Círculo
Sagrado és tú: Número Zero
Começa e termina
Louco que determina decimais
Nesse Mundo tão terreno, tão denso
Que seria deste Mundo tão astral, tão étereo...
Se não fosse o conhecimento do sagrado
(ao qual todos se voltam em seus momentos finais)
Eternizados pelas mãos de poetas
Concretizados por nossos atores
Esses são nossos Rituais
Vivido por todos os humanos
Desconhecedores fiéis do conhecimento do sagrado
Sou magia e escultura em processo
Contornos e detalhes da minha obra de arte
Gosto dos artistas da personalidade, 
Estou revelando minha outra metade
Antes viviva em escuridão
Projetada na imensidão - Desse Mundo
Esse Mundo? Que tem de mim nesse Mundo?
Que Mundo tem em mim? O que do Mundo tem em mim?
O que do Mundo tem em mim que já não seja meu por natureza?
E se é da natureza, então é do Mundo
Não é de se estranhar que as pessoas fiquem loucas
Observar e aguentar os bastidores.
O que acontece atrás da cortina?
Que condiciona, que organiza, atrapalha e facilita esse espetáculo...
Conjecturas persecutórias de descoberta...
Elas poderiam ser eternas...



Mayra Portela

sábado, 31 de março de 2012

Acontecência



Eu sou uma personagem
Apropriada de mais 
Por já ter sido e ser eu
Em tudo que se faz e refaz
Desistida amante
Para quem tanto faz
O presente, o distante
Sou casada com o Acaso
Eremita andante
Senhor de todo acontecer
Tudo possibilidade em potência
Sem lembrança
Sem esquecer
Sou desistência do controle
Em todo vir a ser
Feminina acontecência
Desafinando aquilo que é igual
Sem bem nem mal
Com bem com mal

Mayra Portela

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

...Nunca mais...nunca mais....


Ai essa hora que não passa
Esse tempo é uma desgraça
Vou aprender a reviver
Longe do que antes foi perto
Sozinha em hora de aprender
Esquecer o passado
Tentando encontrar meu certo
Meu centro eternizado
Que nunca foi encontrado

Tira-me ao peito essas fatais
Garras que abrindo vão a minha dor já crua."
E o corvo disse: "Nunca mais". (Edgar Allan Poe)


Queria descobrir em que parte do passado fiquei presa...
Qual a minha incerteza?
O que me faz ficar assim?
Perdida
Um eu fora de mim
Queria que me dissessem....
O que foi que aconteceu?
Se me mataram se me amaram?
Se se foi...
Se se perdeu?
Que parte de mim morreu?
E quem resta, no que resta
A vida amiga/inimiga me testa
E se atesta de manter-me em minha compulsão
E tão saudosa solidão que antes eu queria
Que me parecia delícia de liberdades mil
Mandou-me a puta que pariu
E na lua cheia do cio
Meu miado de tristeza
Predadora
No fundo presa
Só resta uma certeza
Agora quero ser só eu por mim
E enfrentar difícil como é assim...
Onde isso começou?
Na infância? No meu primeiro amor?
Me perdi no que passou
Bebendo do passado
De um cálice mais puro licor
De dor de sangue de fervor
Por que ele jaz escondido?
Meu palco de cortinas fechadas
Ninguém pode ou consegue ver o cálice
Cálice coberto por cortinas de tristezas cristalinas
Tudo ilusão
Vejo o meu véu - minha mentira
Forjada em puro barro
Minha latente decepção
Doía muito mais
Por que esse gosto amargo eu desconhecia
É um nunca mais!
Uma impossibilidade plena
Cadáver jaz
Nunca mais me persegue
Me segue
Certificando sua própria ciência 
Como se até ele, frio como só ele, talvez a morte, tivesse dúvida de sua própria possibilidade em eternidade
Não se pode prever o destino, sei bem, por procurar escutá-lo em todos os seus sinais, por mais que se saiba, do absurdo em pequenos detalhes, esse acaso...
Esse acaso é tão astuto que ninguém nem nada o escapa, mas deixa seus rastros, sincronicidades, e me vejo, feito detetive investigando pistas, buscando suas marcas. Sou boa nisso, mas, ele é pura ironia comigo, e conhece bem as pistas, as vezes recados que deixa.
O recado dado esta claro - É nunca mais quem me espera
Livrar-me desta gigante quimera
Perdoar o que já era
E Quem me dera, sonhar com um outro dia...

Mayra Beleza Portela


domingo, 29 de janeiro de 2012

Reerguer minhas colunas!

E de novo...



As velhas coluna ruiam de par em par
Tudo ameaça
A vozes que antes acalentavam
Hoje são movidas por torpes mãos 
Rasgaram todos seu véus
E sou eu de novo em mil demônios
Os cães dos céus cantam suas hostes
E eu queria muito que dessa vez 
Que Deus tivesse aqui, 
Não em mim, em tudo ou na natureza
Em vez de Deus, existe eu.
Existe o mundo e além
Um lugar cheio de eu
Um lugar cheio de ninguém
vazio e frio de se viver
Talvez o único lugar para escolher
Hoje tudo lembra você
Jaziam no chão, as colunas do meu templo
As imagens dos antigos deuses hoje foram vendidas
E talvez também as nossas vidas
Onde em esquinas despercebidas
Todos se olham... ninguem se vê
Até você...
Eu não vejo mais você
Eu não vejo mais por que
Fui deixada a sós com meus escombros
Fui deixada a sós em minhas ruínas
Sacerdotisa do templo, sem templo
Pelos seus destituída
Eu acredito nessa vida
Eu procuro uma saida
Entre os restos dos meus deuses machucados
Ouviram sete vezes meus gritos 
Enlouquecidos, apaixonados
Eu sempre tive fé
Em cada minha palavra, gesto ou respiração
Eu busquei meu caminho
Concretizar o meu destino
Traçando com amor 
Tudo que ensino
Agora paraíso perdido,
me passe sua senha
É preciso tempos de paz
Em tempos de guerras
foi preciso tantas eras
Palavras, feitiços, feras
Quando no silencio da noite que cai delicada, 
Sou eu, minha deusa, minha alma dilacerada
Só.
Contando os dias, sonhando em reerguer minhas colunas...


Mayra Portela