Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

sábado, 30 de abril de 2011

em paz...


Estou tão inteira e sozinha que as tentativas de abrir-me tornam-me mais fechada...
Por acaso você não estaria pensando em mim agora?
Com um acaso um pequeno acaso determinante singelo, como que vindo da intuição de um sonhar...
Se você fosse o meu sonho?
Se eu fosse o seu sonho?
Não existem caminhos iguais – todos os caminhos são sempre sozinhos – mas, alguns caminhos são feitos de mãos dadas entre selvas espinhentas ou entre os doces de um paraíso.
Por confiar na sorte esperaria eu ser sortuda!
Como assim?
Eu eu, querer um namorado?
(desconfia de si e olha torto para os pés tensos)
Pronto jovem me emudeço enquanto tece os ais das donzelas histerias...
Calei-me a mais tempo do que podia e tenho te olhado a sós do universo, te conto a visão, visão vinda de outro mundo em selvagem imensidão... tão grande, intensa CALOROSA VISÃO...
Sobre as chamas arde a raiz complexa a certeza submersa – a droga louca que esquece da dor e provoca prazer e esperança, que reza muda pela certeza, doce e severa de ser sagrada...
Arde a raiz, antes muda e semente hoje raiz, amarga, e forte, tornada sublime por conter-se torta contorcida entre si mesma, agarrada a própria terra que come...
Nutrida de terra mantém sobre si a mãe frutificada – Abençoada seja!
Vi que na memória torpe da criança ela via os anjos azuis de asas ensangüentadas que corriam vestidos meio de deus e flagelo – Gritavam os odes horrendos do Amor e da morte, eles seguiam-me como se fosse culpada.
No teu rosto era apenas a visão – sua visão dentro da minha visão –e você se alimentava das minhas frutas gordas e murchas, inchadas, envenenadas, doces, saborosas e puras – comia das minhas frutas e bebia de minha seiva onde raízes suspensas erguiam-se como tetas de vaca, onde a pequena, a bichinha mamava, mamava desgraçadamente com medo da morte, a menina que mal ontem via, hoje bebia da seiva de minhas raízes...
Não vá embora fique mais um tempo queremos fazer uma torta para você, ando sem inspiração sabe?


Puta que pariu! Eu só faço merda, me enfio cagada nos tramites de uma vida, vida de papéis que, definitivamente estou de saco cheio de cumprir...
Pronto decidi quero ser raptada – obviamente mas, um sonho morto sem esfinge, um fantasma que vira atrás da assasina, e eu chorarei eternamente pelo que jaz...
Quantas vezes terei de deixar de te amar para fingir te esquecer...
Me esqueço dia após dia de esquecer, as imagens se apagam, o brilho dos seus olhos nem mais me segue.
Agora eu sou uma mulher doida que  pelo menos dorme em paz.








Mayra Beleza Portela 

domingo, 10 de abril de 2011

Você...




Não consigo escrever o que sinto, não consigo conceituar os seu beijos.
Não tenho palavras que ao te descrever, ou dizer amores e dores, não sufoquem meu peito de um sentimento tão intenso que perdeu seu nome, antes de chamarem-no Amor.
Sinto que aos poucos se esforça em curar as feridas que ele mesmo causou, e que eu causei através do poder incessante das escolhas.
Por agora, levarei comigo, o prazer doce solene de estar contigo
Nosso universo pronto, com cadeiras vazias.
Você fez mais uma vez o almoço, você sempre soube “o quanto eu te amo”.
Lembrando dos dias coloridos, cheios e vastos da tua ausência – fecho os olhos.
Não não, eu não quero pensar nisso, eu poderia chorar tudo que chorei um milhão de vezes de novo, entende – Nunca me arrependi.
O que chorei chorei inteira, chorei toda, enfrentei meus lutos.
Livre e sozinha.
Forte e fraca.
Sem você.
Conheço o gosto da tua ausência em todos os lugares.
Sei o que é buscar um milésimo do que um dia se viveu, em uma qualquer coisa que se tornava mágica só por lembrar você.
Agora são os ventos que passam, eu no meu Agora, em silencio espero...
A felicidade que um dia sonhei e me foi prometida.
Com todas as travas e amarras
Com toda a realidade que não me deixa sair do chão
Não tenho palavras doces para dizer, estou presa a meus fantasmas.
Encontrei uma luz pequena, que não se apagou, que parece um quase nada por dia mais forte, meu caminho voltou a ser doce.
Tudo isso só por que VOCÊ voltou para o meu mundo?
Por que tanto poder sobre mim?
Esse poder me esmaga, me prende.
A dor de amar, é que amamos a quem mais poderia culpar-nos.
“Uma palavra tua e meu mundo cai”.
Como escapar da neurose, quando o outro tem por vezes mais poder sobre você do que você mesma?
Minha neurose que me salve desse mundo, que seja ao menos produtiva, que me faça ao menos ignorar o quanto você poderia me abalar.
“E do outro lado do muro?”
Só morte, tudo que limita, acaba, decepa, meus mortos, meus mortos estão vivos e enfileirados, como se acenassem a mim num gesto cordial, sabe esse lugar cinza aqui?
Não quero mais entrar.
Estou farta de sofrimentos, quero acreditar que posso decidir – não sentir isso, e principalmente...
“Não me colocar em situações de auto-tortura e/ou perigo”.
Cuidando de mim, agora o que posso fazer, é cuidar bem de mim, parar de me agredir, de me culpar, de me cobrar.
“Olha, eu juro que faço o possível”.
Posso jogar a culpa nele?
PARA ele nem tem tanto poder assim.
Fomos sempre Nós dois que lutamos juntos, separado e entre nós, nossas guerras.
E quando Amor se torna patologia?
Fora tudo isso que por hoje chamo de resistência – uma felicidade fetal brilha cada vez  mais um pouquinho.
Eu tenho medo. Quem não teria?
Posso agora dizer será?
Dizer o que sinto... meu amor...
Eu não sei como.
Desculpe.
Eu não sei como.

Mayra Beleza Portela