Não consigo escrever o que sinto, não consigo conceituar os seu beijos.
Não tenho palavras que ao te descrever, ou dizer amores e dores, não sufoquem meu peito de um sentimento tão intenso que perdeu seu nome, antes de chamarem-no Amor.
Sinto que aos poucos se esforça em curar as feridas que ele mesmo causou, e que eu causei através do poder incessante das escolhas.
Por agora, levarei comigo, o prazer doce solene de estar contigo
Nosso universo pronto, com cadeiras vazias.
Você fez mais uma vez o almoço, você sempre soube “o quanto eu te amo”.
Lembrando dos dias coloridos, cheios e vastos da tua ausência – fecho os olhos.
Não não, eu não quero pensar nisso, eu poderia chorar tudo que chorei um milhão de vezes de novo, entende – Nunca me arrependi.
O que chorei chorei inteira, chorei toda, enfrentei meus lutos.
Livre e sozinha.
Forte e fraca.
Sem você.
Conheço o gosto da tua ausência em todos os lugares.
Sei o que é buscar um milésimo do que um dia se viveu, em uma qualquer coisa que se tornava mágica só por lembrar você.
Agora são os ventos que passam, eu no meu Agora, em silencio espero...
A felicidade que um dia sonhei e me foi prometida.
Com todas as travas e amarras
Com toda a realidade que não me deixa sair do chão
Não tenho palavras doces para dizer, estou presa a meus fantasmas.
Encontrei uma luz pequena, que não se apagou, que parece um quase nada por dia mais forte, meu caminho voltou a ser doce.
Tudo isso só por que VOCÊ voltou para o meu mundo?
Por que tanto poder sobre mim?
Esse poder me esmaga, me prende.
A dor de amar, é que amamos a quem mais poderia culpar-nos.
“Uma palavra tua e meu mundo cai”.
Como escapar da neurose, quando o outro tem por vezes mais poder sobre você do que você mesma?
Minha neurose que me salve desse mundo, que seja ao menos produtiva, que me faça ao menos ignorar o quanto você poderia me abalar.
“E do outro lado do muro?”
Só morte, tudo que limita, acaba, decepa, meus mortos, meus mortos estão vivos e enfileirados, como se acenassem a mim num gesto cordial, sabe esse lugar cinza aqui?
Não quero mais entrar.
Estou farta de sofrimentos, quero acreditar que posso decidir – não sentir isso, e principalmente...
“Não me colocar em situações de auto-tortura e/ou perigo”.
Cuidando de mim, agora o que posso fazer, é cuidar bem de mim, parar de me agredir, de me culpar, de me cobrar.
“Olha, eu juro que faço o possível”.
Posso jogar a culpa nele?
PARA ele nem tem tanto poder assim.
Fomos sempre Nós dois que lutamos juntos, separado e entre nós, nossas guerras.
E quando Amor se torna patologia?
Fora tudo isso que por hoje chamo de resistência – uma felicidade fetal brilha cada vez mais um pouquinho.
Eu tenho medo. Quem não teria?
Posso agora dizer será?
Dizer o que sinto... meu amor...
Eu não sei como.
Desculpe.
Eu não sei como.
Mayra Beleza Portela
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