Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A VINDA DE NINGUÉM


BEM VINDO!



Eu queria atravessar os mistérios da morte
Para ser e ser com sorte, livre do que me repudia
Esse inconstante chato enfadonho todo dia
Que medonho perseguia
Minhas luzes a piscar
Foram-se gemeos - par em par
Olharam-se ébrios
Que fingiam aos sóbrios
saber menos do que eles sabiam
 velozes
Ouçam todos: Nossas vozes!
Ouvi dizer...
Já não foram atrozes
 e deuses de tempos distantes
Trajaram planetas, anéis e diamantes
Romperam por eras os misterios velados
Revelando de opostos apaixonados
Alquímica conjunção de fato simbólico
Tecido um véu macrabro diábolico.
E Ninguém vem no entardecer...
Refizemos nossas vestes
Invocamos nossos nomes
Consome tempo... consome...
Consome e vê se some
 da minha conta
do meu pesar
sufocar
Agora se refaz o mundo pronto para acabar
E já me via
E perseguia minhas luzes a piscar
Foram se esvaindo
Os mesmos antes - par em par
Beijaram-se ébrios
Sucumbem os sóbrios
Consomem
Com som e tempo some
Velozes
Ouçam todos: Nossas vozes!
Ouvi dizer...
Já não foram atrozes
 e deuses de tempos distantes
Trajaram planetas, anéis e diamantes
Romperam por eras os misterios velados
Revelando de opostos apaixonados
Alquímica conjunção de fato simbólico
Tecido um véu macrabro diábolico.
E Ninguém vem no entardecer...



 Mayra Beleza Portela

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

(retornam...)



Quem eu sou, por um momento 
Se esvai no vento
E essa história sentimento
Me lembro quando olho para você
Quando no outro a gente se vê.
Sabedoria
Estrela de fogo e guia
Por que foi triste esse entardecer
Um caminho tão curto 
Parece tão longo
Quem eu fui naquele tempo
Reside ainda inteiro
Parecia distante
Quase esquecido
Passado perdido
Aos que ficam aos que vão
Resta a paz que nos guarde
O Equilibrio que arde
Acredita renascer 
Estou aqui para viver
(por você)
Minha rosa estrela erguida - era você.



Mayra Beleza Portela

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

COM TEMPO OU SEM TEMPO?




Essa  é a história de uma mulher que de tão burra virou gênio
Que de tão muda transbordou
Que do nada pode cantar a história
De onde começa e do que acabou
Palhaço, doida ou heroína
Reinado mártir da felina
Caça palavras ideal
Linguagem falha
Síntese?
História sem igual
De bem e mal
Sem bem e mal

Trabalhadora vagal..... (ops Que horas são?)*pensa*

Preciso correr, precisamos correr, é tarde!

Anda tropeçante e derrubando a bolsa, ainda sonolenta, observa as árvores desando o céu, e saúda Deus por existir, com seu penoso ar de agradecimento,( que culpa tinha se lhe parecia difícil ter que considerar-se culpada pelo pecado de não saber agradecer a vida).

Nessa hora era ela pecadora, e ela mal havia acordado, quase ao chegar a seu Destino, descobre-se adiantada! Sorri alegre!
Estar adiantada era tudo de bom no universo, como se Cronos como um bom avó lhe agraciasse com doces. Ia fumar cigarro, apreciava o fumo desde menina.


Adiantada mulher

Ei? Aonde me jogaram?
Eu não conheço suas regras, e descobri que desde que nasci não sou vossa convidada de honra, sou em vós e por vós, e tudo que sou sou por essência.
Que tipo de idiota, vulgarizaria as funções de vida de modo tão diferente de ser aquilo que se é.
O que digo é que: DEUS, EXISTIR JÁ ME DÁ MUITO TRABALHO.
Pecado gigante foi o teu ao inventar a preguiça...
Bocejante olha o céu a espera de respostas.
Por que me calaram? Tiraram de mim o direito de impor-me, obrigaram-me a vestir o uniforme dos falsos, e preocupam-se todos os dias em condicionar-me, em domesticar-me pelo puro prazer de transformar meu poder em trabalho, e vender-me prostituta, ás misérias ínfimas desse sistema.
Eu realmente tenho alguma coisa haver com isso?
Tenho culpa se nasci num mundo que hoje cresce a engolir-se? Poderia parecer prepotente, mas deveríamos, e temos questões maiores, questões de prazer real, e talvez possibilidade de... um SENTIDO.
Enquanto perco-me em pequenas futilidades e burocracias de um sistema falido, aprendendo a detestar o conhecimento que amo, por raiva de ser obrigada a ser, de ser obrigada a fazer de um jeito que simplesmente tolhe o que sou.


Chega Ela, e diz:
O cigarro esta acabando, aonde vamos chegar com isso? Caso não tenha percebido ainda estou atrasada. Sempre estou atrasada, e nunca permito o ócio, o que não se faz é o que se pune, aqui valem as leis de nossos interesses, e vamos manter nossas armaduras brilhando, nossas mascaras na cara, e dançar com eles, frias e fatais, a sua dança de dominação: olhos no olhos, enfrentando demônio dançante com as limitações por ele impostas para que eu entrasse em seu jogo.
Nós dançamos a milênios, ninguém vence e ambos sempre morrem, e eu sempre estou dançando, eu não paro, e não há possibilidade de atrasar-se para próxima dança? Não não existe essa possibilidade.

Assustada, como quem viu assombração, responde  tensa:
Estou adiantada. É meu único direito aproveitar cada momento, as coisas aqui não são eternas, e são pequenas, delicadas, sistemas simples e fáceis de quebrar, aqui o não vulgar é mais mágico que no céu – felicidade.
Talvez tão bela por ser aqui tão rara.
Estou realmente adiantada, vou fumar outro cigarro, gostaria de consumir meus minutos de vida em paz se me dar licença, eu não estou atrasada, nem interessada em dançar mascarada pela eternidade, estou realmente preocupada em como posso me divertir nesse lugar!

Ela começa a ficar brava, e ríspida responde pegando forte a mão da outra.
Escuta aqui nós não temos escolhas, apaga o cigarro nós vamos dançar que estamos atrasadas, agora quero estar pronta para deliciosamente vender cada pedacinho da minha alma para uma instituição sem sentido. Levanta a cabeça fria, e olha fundo nos olhos da outra.
Silencio.
Ela gargalha.
Coloque em mim filha pura do caos original a tua discórdia, que te acalento em meu seio, sinta cheiro de vodka, deposite em meu ventre a raiva cega de ver o que me tornei e és, a raiva de estar aqui pequena, animal... adiantada? Teu tempo é tarde demais, nunca da conta de si mesma, e isso é sofrimento. Me pinte de exu, e sim eu sigo leis. Ela toma da outra o cigarro o termina em um único trago, solta fumaça... desaparece.

A outra assustada olha no relógio: já estava 5 minutos atrasada para seu destino.


 Depois de repetir esse padrão de comportamento milhares de vezes, pensei em procurar alguém que me concertasse ou o relógio, ou o destino.
Consertar a mim – eu relógio ou eu destino?
Quem vem primeiro o ovo ou a galinha.
Bem vindo ao meu maldito paradoxo, a insanidade de minha angustia, ansiedade, finitude.
O tempo impõe doenças...




Mayra Beleza Portela


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Voltei...



Vivo um dia como eternidade

E brindo a morte

Lembrando saudade

Não posso mais contra tudo que devo

Distante me calo

Degelo

Esqueço

Hora talvez adormeço

Não vou mais mentir sobre nós dois

Deixei na caixa

No fundo de mim

Para nunca mais e nem depois

...

 
Com minhas mãos de fêmea

Com minhas mãos de santa

Com minhas mãos de bruxa

Que pintaram os sonhos da artista

Hoje escreve o destino da romancista

Ou mesmo poeta, até meretriz!

Sou antes mãe destes mesmos versos que eu fiz!


 


E derepente

Minha vida tão mais patética e condicionada vida

Vida vivida tão como pelos outros é vivida

Perdida do Sol

Perdi-me do centro

Ego dissociado

Embreagado

Dopado

Entorpecido

Ei?

Que que você esta falando?

...

Bom, respira

Inspira

Meu centro

Agora aonde esta o meu centro?

Esqueceram, escondi, esqueci de me contar?

Aonde eu fui parar?

Era aqui que eu estava, e quando voltei

Já era morte por todo lado

Também só voltei pela vida que trazia.



Responsabilizo-me pela liberdade que possui ao fazer minha escolha, abdiquei.

Perdi, e a não aceitação é a prisão da neurose que me abandona em solidão múltipla, esses seres são os fantasmas, fantasmas complexos feito a figura de tudo aquilo que escorreu vergonhoso pelas tuas veias energéticas – era tão intenso em ti, que a ti não mais pertencia. Liberta tua arte, e pari tua neurose.

Arte e neurose, cara e coroa, disposições perfeitamente cíclicas, ao passo que hoje choro por dentro sorrio o poder de minhas lágrimas, cada uma a independência dourado-feminina, pouco importam que digam os troxas. Meus olhos são milhões de galáxias, e meu ventre criou o mundo, e o sagrado jamais abandona por que vem da faísca perfeita e sagrada, única individual e perfeita. O lugar onde residem as marcas do pré universo constelado.

Meu destino poderá assim ser traçado?
Poderá e será por mim traçado.
Como antes foi por mim quebrado.
O preço da liberdade é a responsabilidade que escraviza os que vivem livres.
Escravizada pela falta, aprendi a cuidar das minhas próprias dores, e como quem ressurge, como quem renasce, não encontrei o sentido por minha nova vida esperado.
Encontraria-o dentro dos olhos no qual busco o que mais desejo, olhos desconhecidos, olhos de nova estrada, olhos de quem leva do inferno aos céus, falo como se conhecesse, por que conheço tanto sobre um mesmo sonho.
Encontrarei meu sentido quando cruzada eu for por um presente, quando alegrada eu for dessas dores, quando puder viver pelo sentido que sempre esperei.
Esqueço por hora delírios, esqueço pensamentos dentro das lagrimas cansadas, esqueço da dor arrancando-a do peito, já nao aguento a escuridão.
Posso estar doida por enxergar de mais de olhos fechados.
Impulsiva por me entregar de verdade.
Cansei de viver por com e cheia de saudade... deixo ir... e metade de mim trabalha por deixar ir
Para que o novo venha incendiante. São só os grandes ciclos. Vida - Morte - Vida.
....

Calma!!!! Calma!!!!
Para onde você esta indo?
Qualquer lugar que não tenha paredes para conter minha voz
Onde não haja força que impessa minha raiva de ser
Não quero voltar logo. Quero viver um momento eterno num outro lugar.
Quero escapar daqui, tampouco posso fazer planos.
As ervas daninhas da frigidez sentimental estão cobrindo meu corpo.
Vou me livrar das ervas daninhas. Abraçar minha filha.
E buscar do fundo de mim energia suficiente para derrubar a ordem cósmica.
Até achar minhas saidas.
Sem traidores ilesos, e de mãos limpas.
A estrela retornará.
Calma diz a Lua, calma....


Mayra Beleza Portela


sábado, 30 de abril de 2011

em paz...


Estou tão inteira e sozinha que as tentativas de abrir-me tornam-me mais fechada...
Por acaso você não estaria pensando em mim agora?
Com um acaso um pequeno acaso determinante singelo, como que vindo da intuição de um sonhar...
Se você fosse o meu sonho?
Se eu fosse o seu sonho?
Não existem caminhos iguais – todos os caminhos são sempre sozinhos – mas, alguns caminhos são feitos de mãos dadas entre selvas espinhentas ou entre os doces de um paraíso.
Por confiar na sorte esperaria eu ser sortuda!
Como assim?
Eu eu, querer um namorado?
(desconfia de si e olha torto para os pés tensos)
Pronto jovem me emudeço enquanto tece os ais das donzelas histerias...
Calei-me a mais tempo do que podia e tenho te olhado a sós do universo, te conto a visão, visão vinda de outro mundo em selvagem imensidão... tão grande, intensa CALOROSA VISÃO...
Sobre as chamas arde a raiz complexa a certeza submersa – a droga louca que esquece da dor e provoca prazer e esperança, que reza muda pela certeza, doce e severa de ser sagrada...
Arde a raiz, antes muda e semente hoje raiz, amarga, e forte, tornada sublime por conter-se torta contorcida entre si mesma, agarrada a própria terra que come...
Nutrida de terra mantém sobre si a mãe frutificada – Abençoada seja!
Vi que na memória torpe da criança ela via os anjos azuis de asas ensangüentadas que corriam vestidos meio de deus e flagelo – Gritavam os odes horrendos do Amor e da morte, eles seguiam-me como se fosse culpada.
No teu rosto era apenas a visão – sua visão dentro da minha visão –e você se alimentava das minhas frutas gordas e murchas, inchadas, envenenadas, doces, saborosas e puras – comia das minhas frutas e bebia de minha seiva onde raízes suspensas erguiam-se como tetas de vaca, onde a pequena, a bichinha mamava, mamava desgraçadamente com medo da morte, a menina que mal ontem via, hoje bebia da seiva de minhas raízes...
Não vá embora fique mais um tempo queremos fazer uma torta para você, ando sem inspiração sabe?


Puta que pariu! Eu só faço merda, me enfio cagada nos tramites de uma vida, vida de papéis que, definitivamente estou de saco cheio de cumprir...
Pronto decidi quero ser raptada – obviamente mas, um sonho morto sem esfinge, um fantasma que vira atrás da assasina, e eu chorarei eternamente pelo que jaz...
Quantas vezes terei de deixar de te amar para fingir te esquecer...
Me esqueço dia após dia de esquecer, as imagens se apagam, o brilho dos seus olhos nem mais me segue.
Agora eu sou uma mulher doida que  pelo menos dorme em paz.








Mayra Beleza Portela 

domingo, 10 de abril de 2011

Você...




Não consigo escrever o que sinto, não consigo conceituar os seu beijos.
Não tenho palavras que ao te descrever, ou dizer amores e dores, não sufoquem meu peito de um sentimento tão intenso que perdeu seu nome, antes de chamarem-no Amor.
Sinto que aos poucos se esforça em curar as feridas que ele mesmo causou, e que eu causei através do poder incessante das escolhas.
Por agora, levarei comigo, o prazer doce solene de estar contigo
Nosso universo pronto, com cadeiras vazias.
Você fez mais uma vez o almoço, você sempre soube “o quanto eu te amo”.
Lembrando dos dias coloridos, cheios e vastos da tua ausência – fecho os olhos.
Não não, eu não quero pensar nisso, eu poderia chorar tudo que chorei um milhão de vezes de novo, entende – Nunca me arrependi.
O que chorei chorei inteira, chorei toda, enfrentei meus lutos.
Livre e sozinha.
Forte e fraca.
Sem você.
Conheço o gosto da tua ausência em todos os lugares.
Sei o que é buscar um milésimo do que um dia se viveu, em uma qualquer coisa que se tornava mágica só por lembrar você.
Agora são os ventos que passam, eu no meu Agora, em silencio espero...
A felicidade que um dia sonhei e me foi prometida.
Com todas as travas e amarras
Com toda a realidade que não me deixa sair do chão
Não tenho palavras doces para dizer, estou presa a meus fantasmas.
Encontrei uma luz pequena, que não se apagou, que parece um quase nada por dia mais forte, meu caminho voltou a ser doce.
Tudo isso só por que VOCÊ voltou para o meu mundo?
Por que tanto poder sobre mim?
Esse poder me esmaga, me prende.
A dor de amar, é que amamos a quem mais poderia culpar-nos.
“Uma palavra tua e meu mundo cai”.
Como escapar da neurose, quando o outro tem por vezes mais poder sobre você do que você mesma?
Minha neurose que me salve desse mundo, que seja ao menos produtiva, que me faça ao menos ignorar o quanto você poderia me abalar.
“E do outro lado do muro?”
Só morte, tudo que limita, acaba, decepa, meus mortos, meus mortos estão vivos e enfileirados, como se acenassem a mim num gesto cordial, sabe esse lugar cinza aqui?
Não quero mais entrar.
Estou farta de sofrimentos, quero acreditar que posso decidir – não sentir isso, e principalmente...
“Não me colocar em situações de auto-tortura e/ou perigo”.
Cuidando de mim, agora o que posso fazer, é cuidar bem de mim, parar de me agredir, de me culpar, de me cobrar.
“Olha, eu juro que faço o possível”.
Posso jogar a culpa nele?
PARA ele nem tem tanto poder assim.
Fomos sempre Nós dois que lutamos juntos, separado e entre nós, nossas guerras.
E quando Amor se torna patologia?
Fora tudo isso que por hoje chamo de resistência – uma felicidade fetal brilha cada vez  mais um pouquinho.
Eu tenho medo. Quem não teria?
Posso agora dizer será?
Dizer o que sinto... meu amor...
Eu não sei como.
Desculpe.
Eu não sei como.

Mayra Beleza Portela

domingo, 27 de março de 2011

VIOLÃO





No som do teu violão
O melhor som que conheço
É nele que esqueço
Todo esse malmequer
Pela força que me sustenta
Tua musica afugenta
os fantasmas desse verão
Dá ao triste coração
O céu para sonhar
E a paz para sentir
Não padeço, anjo
Anjo do som mais doce que conheço
Agora eu sim esqueço
O amor que passou por mim a sorrir...
Menino dorme.
Que teu fluir não me pertence
E sente...
O violão que chora onde esqueço
E me curo desse mal
Desse mal que sempre padeço.
Parte de mim esse câncer
Parte de mim que corroí
Onde chora
Onde dói
Onde esqueço
No teu violão a cura
Dessa hora toda escura
Ao amanhecer ...
...te deixo...

Mayra Beleza Portela

quinta-feira, 24 de março de 2011

GATO DO MATO


...



Vou te contar...
Ouça só, ele chegou todo menino
Me olhou como caça
Ele felino
E invadiu com olhos, boca, corpo, gosto e jeito
O maldito me invadiu
Meu gato do mato Meu gato vadio
Frio, lindo, lendo, doce, febril...
Saudade de você
Do teu verde sutil
Teu carinho gentil
De pés descalsos
De sonhos calados
Enlaçados
Sorrir e dormir abraçados
Ao clarão que se abriu...
Já foi...
Deixa ir...
Sumiu...

Mayra Beleza Portela

quarta-feira, 23 de março de 2011

Lirismo - JÁ FOI, JÁ ERA, MORREU, ACABOU

Ei! ei! Por favor tem alguém ai???

Ei!


Ei!
Tem alguém ai?


Eu estou mecânica, minha alma parece pequenininha dentro do corpo, e ninguem consegue me tirar daqui.
Tenho que cumprir meus deveres
Não, não no, eu não sou uma máquina.
(Claro que é...)
Mas, eu estou sofrendo, olha o cinza que se instalou sob a minha existência, e eu nem tenho saída, eu nem posso pedir ajuda, é tudo escuro aqui, não tem ninguém, ninguém, eu eu, não aguento mais, estou ficando paranóica.
Quero amar.
Quero acabar com o Grande Tédio, onde em nada há graça.
Estou esgotada.
Esgotada de sentido
Já ouviram falar de sonhos?
Eu queria viver os meus, e os anos estão correndo, eu nao tenho mais você e todo resto é só história e mentira sobre os arredores do nosso findo amor.
A parte do lirismo - JÁ FOI, JÁ ERA, MORREU, ACABOU...
Que direito tenho eu, de jogar-me de novo no inferno - Chega de sofrimento!
...mas, eu já estou sofrendo, a negação é tudo que eu já tenho, nada acontece...
Por favor,alguma esperança? Digam tenho jeito? Serei salva?
Como posso viver aqui. Não há conforto aqui, por que as vezes eu não mando bem, as vezes também não sei lidar, não me culpo, foi um grande portal de morte, vai passar, morrendo ou não, vai passar. E é gata, de novo encarando demonios sozinha, seu maior desejo exprimido, apertado no peito.
Queria dividir o peso da missão?
Eu queria um companheiro.
Eu queria não sentir falta de um.
Eu queria ver que a vida vê que estou preparada.
Eu queria que Godot chegasse.
Eu queria que tudo acabasse.
Eu queria comer e dormir.
Quando vou estar certa do que preciso?
Quando o que preciso aprentado for, a meus olhos,meu amor.
Fogo Água Terra e Céu.

Aquela Mulher

terça-feira, 22 de março de 2011

AMOR NATURAL




Quer entrar na minha vida?
Abra as porta e as janelas – Bem Vindo!
Entre como quem entra num lugar que é seu – e será
Se entrar sutil e em silêncio
Respeitar a casa e honrar a Deusa
Se agir mais com o coração e o instinto
Sem se esquecer de ser homem e menino
Sem ter medo de colocar os pés da terra
E a mente em cosmos acima das nuvens...
Sabe interpretar os ventos, as estrelas e canções?
Sabe fazer arte, com olhos, boca e jeito?
É criador, criativo e gentil?
Ama plantas e animais?
Sabe ser o diferente enquanto o mundo te diz não?
Ama os livros e toda a arte?
Não tem medo de sonhar com o futuro, gosta de tirar som de tudo que vê...
Era alguém assim...
Se fosse para ser seria alguém assim, como você.
Alguém que enxergue e veja
Tudo em mim, agüente, ame e acalente
Beleza em mim, revelada
De mulher em fulgor apaixonada
Alguém sem medo de pisar na terra e olhar para o céu...
... pureza...
Era só essa pureza amante, que não é nem será minha, por que livre não pertence.
Só adoce esses meus dias...


Mayra Beleza Portela

segunda-feira, 21 de março de 2011

VOZ DA DURA REALIDADE



Mais um caso de amor?



Sinto dizer mocinha:
Não vai dar em nada...
 Sabe tudo isso que você espera?
Hoje só quimera
O que ontem foi sonho
Mal vivo morreu – acabou
O que restou? De que valeu?
Valeu?
Seguir meu impulso, a ti me doar?
Valeu de nada...
E me apaixonar?
Proibida estou
Por que o que aqui restou precisa ser preservado
Outrora esperança
Hoje medo, recato, e cuidado.
Eu não confio em vocês.
Vocês que tecem mentiras vividas de verdade
Vocês que esquecem das sementes que plantam
E me invade tristeza , eu chorosa
Mas agora cala, acaba
Sou por demais preciosa
Para deixar meu brilho a teu dispor
Sobre o amor?
Esquece...Hoje não tem amor...

Aquela Mulher

sábado, 19 de março de 2011

QUERO VOLTAR PARA A CASA




Poderia eu pedir uma coisa simples?
Simples simples mesmo...
Se quando se olha para frente, e o que há no caminho?
Você enxerga o caminho?
Eu não sei se eu enxergo, as vezes aparece uma luz, as vezes tenho a sensação de estar indo para o lugar certo, aparecem sempre  certos sinais, eu vou na direção da luz, por mais que ela me cegue, sigo eu seguindo a minha estrela.

Estrela que me trouxe entre delicias, dores e tormentos até aqui, feita e  pronta, cada dia mais segura que o caminho que sigo é só meu, mas a luz que me mostra sinais, por vezes se apaga, e eu não vejo nada, e tão pouco encontro alguém.
E quando olho para mim é sempre cedo para sonhar, ou nem sequer dá tempo, antes que eu sonhe, a luz se apaga. E quando a luz se apaga, aprendi que devem se apagar junto com essa qualquer sonho ou expectativa sobre o fim do caminho, segurar o choro, ser uma mulher forte, fazer de conta que não sofro, mentir para mim que estou bem, fazer a mim e a escuridão a minha volta como conselheira, andar passos retos, firmes e cautelosos, por que também não vejo o chão. É só escolher uma direção e seguir.
E digo, a melhor direção a seguir na escuridão, infelizmente é sempre a mais segura, mas as vezes, nem isso sei, só sei da angustia e ansiedade que é nunca sentir que cheguei, que voltei para a casa, segregada, e sem casa, prossigo  a sós no meu caminhar, rezando para chegar logo, com pernas, alma e corpo cansados, cansada de caminhar, cansada de estar tão só, cansada de não ter o que desejo, e mais cansada de me obrigar a não acreditar, a não acreditar que vai dar certo.
Eu já achei várias vezes que eu estava chegando, e já acreditei que houvesse chegado – e a dor da frustração?
Gigante com instrumentos de tortura, ser uma sonhadora lunática que segue luzes, me trouxe fantasmas de peso, frustração, abandono, rejeição.
“Enfrente seus fantasmas!”
Enfrentar mais vezes do que a todos os segundos?
Eu só queria fazer um pedido simples, simples...
Eu queria chegar, chegar em casa, essa viagem já esta longa demais, e não há aqui chance de desistir, eu nem sei mais como vim parar nesse labirinto, não tenho saída, as vezes tenho algum descanso, descansar revigora, mas dessa vez não quero descansar, chega de labirinto, quero chegar em casa.
Quero aquela parte de mim que enterrei aqui dentro, em algum lugar, aquela parte que precisa se acordada com calma, por que tem muito medo, por que acredita que nada mais vai dar certo, por que acredita que a história a viver já foi e já acordou...
Será que tem alguém capaz de acordar meu coração de novo?
De trazer-me de volta a paz, por que preciso parar de viver tão cheia de altos e baixos, sorte e azar, mais azar que sorte no amor, bem mais azar que sorte no amor...
Já chega, só vou andar para frente dar conta de mim, e tentar não cair, o triste é que parece sempre que a culpa é minha, que a escuridão brota de mim mesma, enquanto eu teria o poder de brilhar no escuro.
Uma vez sonhei que haviam dois nesse labirinto, que eu era a estrela e a luz que alguém buscava, ambos iluminaríamos o caminho um do outro, acreditei inclusive que em certos dias ou momentos a escuridão seria impossível, e eu poderia enxergar...
Mas, sobre os meus caminhos eu nada sei, mas posso pedir uma coisa simples para o universo?
Posso determinar algo para o universo?
Aprendi como bruxa a acreditar no que vejo, ouço e sinto...
Minha estrela ascenderá incandescente e brilhará alta e clara, explodiremos em luz hoje ao chegar a nosso destino, louvando o “acaso” e a força empregada em nossa solitária caminhada, hoje eu me entregaria a minha luz se esta aparecesse, hoje eu acreditaria que se encerraria essa caminhada.
Em um olhar, em um beijo, puro, solene, eterno...
... um pedido simples ao universo...
Hoje eu só quero voltar para a casa, e me sentir plena e em paz...

Mayra Beleza Portela

terça-feira, 15 de março de 2011

Apenas uma Prece...


ESTOU PERPLEXA

Vejam olhem
Morte vida vida morte
Filhos, mães, pais, e avós
Onde estaremos nós?
Nessa vida que mata arrastada.
Nessa morte que segue agarrada...
Com cheiro, gosto e símbolo a meus pés
Vida, minha vida, morte-vida, minha mãe
Haja remédio, haja mel,
Sob a ferida da vingança
Esquece menina...
Dorme descansa.
Pela Deusa Vida que canta
Pela avó que inda dança
Nessa hora : Não Mate Vida! Não mate!
Deixe a vida, não arrebate,
Não arranque da Vida mais um dos meus
Não me leve ao campo de rosas tão cedo
Meu amor, te perder – meu medo.
Menos uma mãe no mundo?
Meus deuses, minhas ancestrais, minhas avós.
E eu aqui, rezo só.
Rezo só tuas preces, para que a vida não te leve
Para que fique por favor um pouco mais...
Com luz, com força, doçura e amor.
Por favor... só não faça minha mãe chorar.
Poupe-me das dores impressas nos olhos verdes daquela que eu mais amo no mundo...
Seus mesmos olhos, meus mesmos olhos – nossos olhos.
Quero seus olhos abertos de novo a essas cores.
Chega de morte. Chega de dor.
Agora a paz deverá vim de braços abertos a nosso Amor e segredos
Sob a luz de nossa terra, de nossa casa.
Para que rezemos ao menos juntas nossa última Ave Maria...


Minhas ancestrais, ouçam minha prece...

Mayra Beleza Portela

domingo, 13 de março de 2011

Sobre um Campo de Rosas Brancas e uma Tempestade


... por que nós... nós morremos,



Certa vez eu parti.
Parti pela loucura amante que transborda insana no peito daqueles que não se enxergam mais na própria vida.
Vida ruim? Não, nunca foi uma vida ruim, na verdade era a vida que eu sonhei...
O que acontece quando Aqueles Sonhos não combinam mais com seu sonhador, seu sonhador prestes a tomar seus sonhos nos braços, e a rédea do carro da vida nas mãos, por acaso trazia uma semente de infelicidade na alma que crescia a cada dia.
Me perdendo em tristeza e comodismo, certo dia não puder aturar o inferno de amar alguém, um “eu”, uma vida, que não me fazia feliz. – FOI ASSIM – QUE “EU” MORRI.
Parti, e não parti para terras distantes e místicas, eu simplesmente eu virei uma esquina, deixei tudo que não cabia mais a mim, isto é  - o tudo, o tudo que me transformou.
Aquela esquina, essa esquina aqui, aqui , aqui do lado de casa, eu fugi para minha vida, minha vida minha, minha vida 0, minha vida minha, onde no começo, nem eu mesma era minha.
A primeira noite sozinha, a segunda, um dia de cada vez, tudo é processo, através do conhecimento dos extremos se chega ao equilíbrio – Deus sempre esteve do meu lado, Deus Eu, Deus tudo, Deus mundo.
Achei meu Deus mulher, debruçado nos braços do tempo, onde lhe fiz caricias, e a tomei para mim de volta – Tantas vezes no berço, no ventre da mãe, mãe vida, mãe morte...
Ao fim do caminho...
Era um campo de rosas brancas que exalavam perfume doce, limpo, no céu as nuvens tingidas de cinza gritavam os raios que viriam,as rosas dançavam com o vento quase lento e úmido.
Meu peito fechava, escuridão e alívio.
A única pergunta que resta: Por que você quis morrer?
Eu não posso fazer nada além de recolher de abraços purificadores o teu fantasma, e te abraçar como gostaria te ter feito em vida, antes que tua chama findasse inda dentro do seu corpo e mente perturbada que se moviam, uma vivente pessoa morta.
Mesmo morta em vida era esperança, mas o importante é – Godot nunca chega, e ninguém nunca desiste de esperar Godot.
Não acho que tenha como desistir do jogo, agora o seu será apenas em outro plano, de outra forma sobre outra matéria, apenas espero que esteja feliz.
Primeiro por ter cumprido o destino que escolheu para si desde menina, você morreu. Eu preciso aceitar de verdade que você morreu, morreu por que quis, onde, e na hora que quis, no egoísmo da tua loucura ou vingança.
Eu não cumpri o destino que tracei desde menina, eu estou cumprindo.
Assim, entenda que nessa terra tua missão foi cumprida, e há responsabilidade gigante em tudo que fez, espero que a partir dessa pequena viagem. Você que é uma das minhas companheiras de missão, e a segunda mais nova depois de mim das mulheres de nossa família, por favor se perdoe como eu te e me perdôo, e se limpe, agora que esta morta talvez eu possa te ajudar mais que em vida, não como pagamento pela ausência que a vida nos impôs, mas puramente por amor.
Eu nem sei se acho bom ou mau o ocorrido, mas depois do sufocamento e da escuridão, há alivio, eu senti assim na hora que você tomou a sua decisão, para mim, para sempre meu campo de rosa branca, seu rosto doce de criança, parte da minha pureza e infância, que só você conheceu.
Onde te dizia eu pequena _ Você acredita em sonhos?
Você não entendia, ou não acreditava.
“Eu fiz um mundo só meu feito de sonhos”.
Ainda lembra como se chega lá?
Seu espírito sabe, ele é o que restou de você, e é nesse pedaço que deposito meu amor agora.
Em outro tempo, em outro lugar, estaremos juntas, e dessa vez ACREDITE!


Ouçam essas vozes
De pequenos anjos
Com asas de flores
BELEZA
Essas mesmas rosas
As mãe chorosas
Por te perder
Amores saudosos
Pais desgostosos
Futuro é morrer
Enquanto a velha tece
A rosa envelhece
No tempo que decidiu viver
Foram-se as meninas alegres
As bonecas vestidas
As rosas meninas
Queridas primas
Num natal qualquer...
Nesse mal nos quer
Envelhece
Esquece
Que o sonho não acabou
Tua vida deixou
Pétalas
Dispersas entre as mãos dos teus
Na BELEZA  eterna do que nunca em ti
Inspira, sufoca...
Morreu.
E simplesmente por que Te Amo, isso não é um Adeus.


Mayra Beleza Portela  13.03.2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

EPITÁFIO




Estou tão livre que tenho medo de dizer: Acabou!!!
“Eu não se um anjo me chama, não sei dos mil homens na cama e o céu não pode esperar”...
Branco
Dourado claro
Em coração aberto
Um algo sereno volta ao meu rosto
Como se eu pudesse apagar do corpo as marcas desse amor azedo
Antes de tudo – compaixão branda e amiga
Pela primeira vez posso te dizer... Não
Se você pudesse ser diferente, se eu pudesse ser diferente, agora é só clareza!
Um transparente e límpido trono transparente, tudo agora é só resposta!!!
ENTRELAÇAMOS destinos por tempo demais
Fugiam as horas nos ruídos da noite
Sem memória
Nossa história sem começo meio ou fim
Assim, por toda eternidade já dizia
Bem vindo a minha doce paz branca de mulher que afasta.
Agora vou esperar, Sol após Sol, Lua após Lua...
Quando alguém me entrará pelos olhos
Quando alguém reconquistará essa nova mulher em mim que nunca amou.
Pois é, estou livre
Sua falta não é um fantasma
É um conforto, amigo...
Silêncio
.

Mayra Beleza Portela

Minha Estrela...




Uma tremenda agitação e ansiedade me brota no peito, um desejo insistente de paz, silencio e carinho...
Seus olhos invadiram minha vida, e se  há um história a se viver que se viva, na verdade sou capaz de sofrer mais pelos segundos que nos distanciam do que hoje pelo medo de sofrer... meu único, único medo latente.
E a negação, apenas perante as desilusões do passado, eu espero uma estrela brilhante repleta de sonhos intensos, e de pequenos momentos de afeto e companheirismo de pureza infantil, como casais que andam abraçados no frio, ou que se escondem juntos em baixo de um guarda chuva enquanto a chuva cai, fina, grossa... pentelha.
E a minha alma limpa incendeia perante a centelha do poder apaixonar-se, minhas portas estão abertas ao meu merecedor.
Foi feito de candura, e sob a medida que durantes as ausências eu gritava aos céus por auxilio.
A hoje mulher de feridas expostas antes se escondia sobre o manto de certezas falsas, sou uma mulher que chora semanas pela pesada carência dos sentidos, o que me faz sofrer é antes a tristeza do corpo, que já enfrenta bloqueios ao entregar-se, inda que eu mal te conheça... eu queria estar certa, pular as ultimas pedras, e entrelaçar nossas mãos, pelo que sonhamos, nós antes sozinhos.
A necessária a sanidade solidão, não será mais minha namorada, quero algo com braços para abraçar, beijos entrelaçados em verso, e sorte – Ai se a sua estrela fosse a minha estrela!
Antes brilharíamos ardentes no espaço – cósmico e terreno alívio...
Bem vindo a minha vida!
Espero que conheça bem a língua dos loucos, e espero que nossas loucuras ao cruzarem-se frutifiquem, dado o pouco que me resta, já fui bastante mal entendida, e toda e qualquer palavra minha te elevaria, por que a arte de encantar-se é a filosofia dos poetas, e a arte dos apaixonados.
Sabe rapaz, eu tenho guardado um mundo inteiro para você, repleto do amor que venho colhendo e produzindo todos os dias e noites, tenho medo de explodir-te e explodir-me de sentimentos-pólvora, pois quem sabe estes apenas não nos marcariam com queimaduras e cicatrizes.
Estou cheia, e cheia de cicatrizes, certas cores da vida me são vistas sobre grades, e toda delicia tua a qual antes me entregaria em sincera volúpia, hoje são fantasmas sentimentais com medo, e um corpo feminino assustado, de lembrar com água nos olhos..
E você me vem tão doce... e você me vem tão meu, seu nome na ponta da minha língua, sua voz nos meus ouvidos, suas frases repetidas, seus suspiros gemidos, suas idéias trançadas nas minhas tal qual o leve toque de suas mãos, olhando a fundo...
Poderia me roubar por um tempo... não quero que me encontrem,quero sumir sem deixar noticia ou recado, quero poupar-me das frases inúteis e hipócritas, simplesmente tenho escrito e falado menos, creio que o objetivo PAZ  substitui o objetivo  RESPOSTAS.
Até por que restam apenas perguntas, as perguntas da qual partem as primeiras gotas dos pensamentos...  A paz reside sozinha, desperta, é possível?
Não conheço paz sem contentamento, e nessa hora, e nessa noite, eu tenho um nome, eu tenho o nome dos braços, olhos, gosto, era aquele lugar... lugar que mal conheço, lugar de devaneio que eu insisto em entrar.
Ele também entraria em mim, eu vi as estrelas dos seus olhos brilharem livres, só diga que me quer, eu quero acreditar que encontrei minha estrela!

Mayra Beleza Portela

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011


DESEJO

Como posso deixar de lembrar e de sonhar com as delicias que aprendi a amar desde menina...
Como posso aprender a lidar com tantas ausências com tantas transferências, se o meu mundo caiu, e eu cansei de levá-lo nas costas feito Atlas.
Eu estou cheia de procurar nos olhares vazios de desejo, nos beijos desapaixonados, esse algo, esse alguém...
Estou cheia de buscar almas belas nos corpos tristes da repressão, a tristeza de vossos corpos me oprimi o coração, e a canção que eu canto através de minha dança, olhos, seios e sorriso não é por eles escutada....
Estou cheia de buscar de véu atrás de véu, alguém que tenha ouvidos para escutar minha presença, olhos para ver os meus sentidos, e a profundidade lírica suficiente para captar minha beleza e meu desejo...
Não posso mais me perder em braços sem paixão, não posso mais amar com as futilidades das meninas, não posso mais fingir que há em entre espaços vazios de desejos verdadeiros, um homem que mereça estar entre meus seios...
Não há mais nada disso em mim, o meu corpo mudou, o meu mundo já não é o mesmo, estou ocupada em me resgatar...
Existe um turbilhão, um fogaréu, uma maluca devassa, dentro de mim, eu sou mulher, prostituta e professora... Menino eu preciso te ensinar...
Apenas me veja! Apenas me assuma! Assuma o desejo de ser descoberto, por que eu apenas espero o pedido da iniciação, se me pedir... Eu digo sim!
Eu preciso doar, eu preciso abraçar, com beijos quentes, trançar lanços ardentes em nossas almas e corpos ao luar...
Menino que sobe na árvore e come as maças do vizinho, que corre no mato, que canta as musicas certas que vão me tocar... Vem menino, menino de sabedoria encantada... é você mesmo que eu quero, você é o escolhido...
Como esperar? Se eu não agüento mais... Eu quero me enroscar nua nos teus braços, e deixar que você me ame... me enxergue, se você for capaz de ver, você irá certamente se apaixonar...
As vezes me sinto desprezada pela cegueira, daqueles todos, daqueles tolos, daqueles bobos que não podem me ver, eles são tão pequenos... Eu sinto quando fecho os meus olhos sempre esperançosos, os passos do moço que me segue, lindo e leve, me leve, me leve para qualquer lugar...
Eu confio no amanhã, e nada acontece, você não aparece, você... Você vai mesmo me deixar dormir sozinha essa noite... você sabe que eu só vou dormir nos braços se esse alguém for você...
Mas, quem é você? Eu saberia se te encontrasse? Você me daria nosso sinal? Ou você nem perceberia que sou eu? E se eu já te amei, já te tive em meus braços? Como posso fazer? O que eu posso desejar...
Meus pensamentos voam lentos e eu não posso deixar de lembrar-te, eu ainda preciso, eu preciso precisar de você.
Não tem jeito, isso é de mim, eu tenho o vicio das intensas paixões dos poetas, o prazer frenético dos insanos, a lascívia das cortesãs... Eu preciso me alimentar... eu preciso nutrir meu corpo nesses vícios...
Menino de olhos brilhantes e sorriso largo... tire-me da abstinência
Dê-me teu suor, tua saliva, me deixe beber do teu corpo, e me arranque do peito a dor da não paixão
Dê-me seus sorrisos mais longos, suas idéias, mais absurdas, seus desejos extravagantes, me deixe ser preenchida pela sua energia latente, e me arranque do peito essa dor do desprazer
Dê-me tamanho tesão que eu alucine, conceda a mim meus desejos mais obscenos, deixe-me montar teu falo, faça-me mais mulher, e diga olhando meus olhos lá no fundo... Que eu sou uma mulher linda, e arranque do meu peito essa dor da lascívia perdida e desperdiçada...
Seja meu fã, aplauda-me, e ganhe um tempo do teu dia com o deleite de me ver passar, eu queria que fosse louco por mim, louco com desejos de amante, e toda a delicia que possa ter no nosso trato.
Todas as noites, debaixo desses cobertores, em que me enrolo nua, eu busco pensar no tato da tua pele, e “lembrar” da tua voz, eu só não queria dormir sozinha mais essa noite...
Que saudade do desejo verdadeiro...
Se me ouves, meu menino, amor...
Pode ser amanha nosso grande dia?
Podia ser amanha... eu desejo tanto...
Corre para mim, corre menino...
Corre que eu não agüento mais te esperar, e faça saber, me mostre por favor que é você, meu presente divino...
Se você pedir eu digo... Sim!

Aquela Mulher  04.2010