Vivo um dia como eternidade
E brindo a morte
Lembrando saudade
Não posso mais contra tudo que devo
Distante me calo
Degelo
Esqueço
Hora talvez adormeço
Não vou mais mentir sobre nós dois
Deixei na caixa
No fundo de mim
Para nunca mais e nem depois
...
Com minhas mãos de fêmea
Com minhas mãos de santa
Com minhas mãos de bruxa
Que pintaram os sonhos da artista
Hoje escreve o destino da romancista
Ou mesmo poeta, até meretriz!
Sou antes mãe destes mesmos versos que eu fiz!
E derepente
Minha vida tão mais patética e condicionada vida
Vida vivida tão como pelos outros é vivida
Perdida do Sol
Perdi-me do centro
Ego dissociado
Embreagado
Dopado
Entorpecido
Ei?
Que que você esta falando?
...
Bom, respira
Inspira
Meu centro
Agora aonde esta o meu centro?
Esqueceram, escondi, esqueci de me contar?
Aonde eu fui parar?
Era aqui que eu estava, e quando voltei
Já era morte por todo lado
Também só voltei pela vida que trazia.
Responsabilizo-me pela liberdade que possui ao fazer minha escolha, abdiquei.
Perdi, e a não aceitação é a prisão da neurose que me abandona em solidão múltipla, esses seres são os fantasmas, fantasmas complexos feito a figura de tudo aquilo que escorreu vergonhoso pelas tuas veias energéticas – era tão intenso em ti, que a ti não mais pertencia. Liberta tua arte, e pari tua neurose.
Arte e neurose, cara e coroa, disposições perfeitamente cíclicas, ao passo que hoje choro por dentro sorrio o poder de minhas lágrimas, cada uma a independência dourado-feminina, pouco importam que digam os troxas. Meus olhos são milhões de galáxias, e meu ventre criou o mundo, e o sagrado jamais abandona por que vem da faísca perfeita e sagrada, única individual e perfeita. O lugar onde residem as marcas do pré universo constelado.
Meu destino poderá assim ser traçado?
Poderá e será por mim traçado.
Como antes foi por mim quebrado.
O preço da liberdade é a responsabilidade que escraviza os que vivem livres.
Escravizada pela falta, aprendi a cuidar das minhas próprias dores, e como quem ressurge, como quem renasce, não encontrei o sentido por minha nova vida esperado.
Encontraria-o dentro dos olhos no qual busco o que mais desejo, olhos desconhecidos, olhos de nova estrada, olhos de quem leva do inferno aos céus, falo como se conhecesse, por que conheço tanto sobre um mesmo sonho.
Encontrarei meu sentido quando cruzada eu for por um presente, quando alegrada eu for dessas dores, quando puder viver pelo sentido que sempre esperei.
Esqueço por hora delírios, esqueço pensamentos dentro das lagrimas cansadas, esqueço da dor arrancando-a do peito, já nao aguento a escuridão.
Posso estar doida por enxergar de mais de olhos fechados.
Impulsiva por me entregar de verdade.
Cansei de viver por com e cheia de saudade... deixo ir... e metade de mim trabalha por deixar ir
Para que o novo venha incendiante. São só os grandes ciclos. Vida - Morte - Vida.
....
Calma!!!! Calma!!!!
Para onde você esta indo?
Qualquer lugar que não tenha paredes para conter minha voz
Onde não haja força que impessa minha raiva de ser
Não quero voltar logo. Quero viver um momento eterno num outro lugar.
Quero escapar daqui, tampouco posso fazer planos.
As ervas daninhas da frigidez sentimental estão cobrindo meu corpo.
Vou me livrar das ervas daninhas. Abraçar minha filha.
E buscar do fundo de mim energia suficiente para derrubar a ordem cósmica.
Até achar minhas saidas.
Sem traidores ilesos, e de mãos limpas.
A estrela retornará.
Calma diz a Lua, calma....
Mayra Beleza Portela
Nenhum comentário:
Postar um comentário