Ai essa hora que não passa
Esse tempo é uma desgraça
Vou aprender a reviver
Longe do que antes foi perto
Sozinha em hora de aprender
Esquecer o passado
Tentando encontrar meu certo
Meu centro eternizado
Que nunca foi encontrado
Tira-me ao peito essas fatais
Garras que abrindo vão a minha dor já crua."
E o corvo disse: "Nunca mais". (Edgar Allan Poe)
Garras que abrindo vão a minha dor já crua."
E o corvo disse: "Nunca mais". (Edgar Allan Poe)
Queria descobrir em que parte do passado fiquei presa...
Qual a minha incerteza?
O que me faz ficar assim?
Perdida
Um eu fora de mim
Queria que me dissessem....
O que foi que aconteceu?
Se me mataram se me amaram?
Se se foi...
Se se perdeu?
Que parte de mim morreu?
E quem resta, no que resta
A vida amiga/inimiga me testa
E se atesta de manter-me em minha compulsão
E tão saudosa solidão que antes eu queria
Que me parecia delícia de liberdades mil
Mandou-me a puta que pariu
E na lua cheia do cio
Meu miado de tristeza
Predadora
No fundo presa
Só resta uma certeza
Agora quero ser só eu por mim
E enfrentar difícil como é assim...
Onde isso começou?
Na infância? No meu primeiro amor?
Me perdi no que passou
Bebendo do passado
De um cálice mais puro licor
De dor de sangue de fervor
Por que ele jaz escondido?
Meu palco de cortinas fechadas
Ninguém pode ou consegue ver o cálice
Cálice coberto por cortinas de tristezas cristalinas
Tudo ilusão
Vejo o meu véu - minha mentira
Forjada em puro barro
Minha latente decepção
Doía muito mais
Por que esse gosto amargo eu desconhecia
É um nunca mais!
Uma impossibilidade plena
Cadáver jaz
Nunca mais me persegue
Me segue
Certificando sua própria ciência
Como se até ele, frio como só ele, talvez a morte, tivesse dúvida de sua própria possibilidade em eternidade
Não se pode prever o destino, sei bem, por procurar escutá-lo em todos os seus sinais, por mais que se saiba, do absurdo em pequenos detalhes, esse acaso...
Esse acaso é tão astuto que ninguém nem nada o escapa, mas deixa seus rastros, sincronicidades, e me vejo, feito detetive investigando pistas, buscando suas marcas. Sou boa nisso, mas, ele é pura ironia comigo, e conhece bem as pistas, as vezes recados que deixa.
O recado dado esta claro - É nunca mais quem me espera
Livrar-me desta gigante quimera
Perdoar o que já era
E Quem me dera, sonhar com um outro dia...
Mayra Beleza Portela
Nenhum comentário:
Postar um comentário