Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

terça-feira, 5 de outubro de 2010

(Tão redondas são as horas tão inúteis e tão longas...)




É deveras importante ter carinho com as palavras, por que hoje sei o quanto machuco e sou machucada por elas, caso, me entendas agressiva, saiba que suportar dores tão fortes quanto antigas reside numa mulher sem pátria, que só tem ventre que sustenta corpo, e voz para cantar e contar histórias.

Certamente nunca houveram tempos melhores ou piores que estes, só houveram tempo, e a dor desses tempos é por vezes demais severa, e faz com que carreguemos em nossas capela-corpos-túmulos, o epitáfio de nós mesmos em rugas.

Não sei se tenho medo da morte, ou apenas a espero, e tanto o medo quando a espera jazem no fundo, no poço de mim, por vezes a força de calar, e apenas ver, despende uma energia tamanha... nunca foi minha escolha, é apenas uma questão de privar-me de mais uma situação de mal gosto, e intriga interna



MENDIGASAUDADE

Sou um ser de saudade,

minha saudade é um mar calmo,

profundo, frio, que invade

de azul escuro tão cruel quanto belo.

O mundo me impõe sua cela

Ao vê-lo me guardo a mim em capela

Tão bela a saudade

Saudade de tudo que não sou nesse instante

Saudade de tudo que não tenho nesse instante

Sou ser de falta e saudade resignada

Por que o tempo não abarca minha espera

Meu desejo é sempre Quimera

E tudo que sei que peço sempre peço demais

Por que sou feliz, tamanha a infelicidade do último momento

Meus amores não gratos

Meu grito silenciado

Minha voz em grave de ventre interiorizado

Saudade de um ser mulher livre que nunca fui

De viver fora de amarras – nunca vivi

De viver sem a pena melancolia que nunca morre

Mas escorre por meus olhos e por meus dias

Tal qual o orvalho se chora na folha

E jaz na terra pela manhã

Sou saudade

Sou doce de romã

E apenes reviver em verso em canto

Todo espanto

Diante o tempo de regras restritas

Que come a vida

Que me despede da menina e jaz

Nem morta nem viva

Me morra em mim sob paredes

Espremida, entalhada des em minha graça

A vida se esvai tão barata de graça

Sem abraço, ou consolo

Na dureza resignada

Meu choro meu coro

Minha oração

A saudade desbravada na vida sem opção

De destroços que se entalam em garganta

Corte exato, em jugular sublime

A vida mata

Por que a vida que se vive não esta contida

A vida que se vive esta nas entrelinhas

Esta no verso disperso da menina

Esta na rima e no ritmo dos ciclos

De aproveitar, e colher sabedoria

Não de ser sabotada por si mesma agonia

Se canto hoje em lamento

É por que sou só em sentimento

E a vida me fez sensível aos dizeres de minha morte.

E hoje me resta a Saudade

Saudade – minha única sorte.
 


Mendiga Saudade (Revolução das Rosas - Aquela Mulher)




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