Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

domingo, 15 de agosto de 2010

SUPERAÇÃO

DAS COISAS QUE EU APRENDI


Aprendi que eu aprendo muito rápido, pois, mesmo tendo medo eu arrisco.

Não que eu não conheça os perigos da vida - alguns conheço mais até do que gostaria, talvez os conhecendo menos, restasse mais do brilho de pureza das meninas em meus olhos.

Não que eu não tenha medo de sofrer – é que o sofrer, o morrer de angústia, sublimado à minha arte, a torna mais forte, me torna mais orgulhosa de minha história, e me torna mais Senhora dessas histórias, pois eu não conto só do que ouvi ou li, posso contar de cada centímetro da vida gravada em meu corpo como ferida e hoje honrosa cicatriz.

São as marcas da minha guerra.

Sabe por que eu arrisco???

Por que quem ama o prazer, ama a busca pelo prazer, e cada deleite e cada alegria vale mesmo que por um só dia, a dor de uma ferida aberta por anos. Eu seria mesquinha se me limitasse com frases bobas e vulgares, de gente medíocre que tem medo de viver e de gozar a vida no que realmente se sabe dela – meu tempo é o hoje e meu tempo é agora.

Já tentei ser de outros jeitos, e fui infeliz por negar a minha verdadeira Vontade de viver, não quero e não vou ter uma vida daquelas histórias que se houve em um papo vulgar em qualquer esquina.

Nós vivemos para tornarmo-nos conscientes de nossa loucura, e dessa forma da loucura fazer berço e dela descobrir o Deus que se esconde atrás das amarras sociais, das restrições, das cobranças e de tanta bosta a qual nos sujeitamos para tentar sobreviver, para tentar viver da forma mais segura.

Eu me dou o direito, de Arriscar morrendo de medo, de Errar um milhão de vezes se for preciso, de Acertar no que eu conseguir acertar, de Amar intensa sem limitação ou contrato, de ser Acelerada, por que se o sou e por que eu quero aprender o máximo nesse curto espaço de tempo (laboratório) que me foi destinado nesse mundo cheio de coisas feias mas, ainda sim tão bonito.

Eu sinceramente espero ser a cada dia uma mulher mais rica em mim mesma, uma mulher mais conhecedora de si, que grita o que quer, que busca prazer não se importando com julgamentos.

Estou aprendendo a me defender dos tramites de mim mesma.

Aprendi que amo os que amo, e que devo a eles carinho e lealdade eterna, por serem as pessoas bonitas do mundo, e que por estes existirem eu tenho força para lutar pela minha felicidade e pela deles.

As vezes é preciso ficar só por que as coisas devem mudar.

E eu descobri que eu tenho muito medo que as coisas nunca mudem, que eu tenho medo de ser sempre a mesma, que eu tenho medo de viver sem paixão, que eu tenho medo de ser tão independente a ponto de machucar os que amo, e que eu tenho medo de ser tão dependente a ponto de sufocar os que amo.

Aprendi que eu tenho medo de algum dia ter que viver de mentira, de que algum dia eu tenha que usar uma mascara, aprendi que eu tenho medo de ficar sozinha pois, tenho carências e sou muito sensível, romântica e sonhadora, aprendi também que tenho muito medo de ter que ser sempre junto, pois, eu amo o meu jeito de poder ser livre.

Aprendi que eu não devo ter medo de sonhar e quebrar a cara.

Aprendi que não tenho tudo que quero na hora que quero, e ainda bem, se não a vida seria tão chata.

Aprendi que a verdadeira Magia é uma outra coisa diferente de tudo que imaginava, e tive de chegar a tal ponto que minha conclusão depois de anos e anos de estudo e pratica, foi a mesma do começo... rsrs

Primeiro não teorizei só senti e vivi, achava estranho as pessoas procurarem magia para conseguir as coisas, a magia era algo que se carregava no peito, e os rituais eram só uma forma de celebrar o amor e a vida.

Depois transformei esse crer em mito, a Deusa tornou-se soberana a mim e santa, e busquei entende-la com toda a força de minha alma, repudiando com asco toda a forma de culto patriarcal.

Depois descobri que a magia, era algo que acontece na vida de todos nós, e que eu devia subordiná-la a mim, entender seus tramites e leis, e usurpá-los a meu favor, afim de conquistar meus vulgares quereres, a magia não era mais celebrar, era Ego, era possuir, mas mesmo a vendo assim eu a amava e celebrava, dedicaria minha vida a ela.

Depois, meu Ego cresceu demais, consegui coisas demais, possui o que quis, subordinei seres, criei métodos e sistemas, me limitei a eles, ensinei a muitos o que sabia, mas eu sempre queria saber mais e ter mais poder. E acreditei que estudar, e criar, e gerar padrões funcionais era trabalhar em prol da sagrada magia.

Quase morri por me deixar seduzir em primeira instancia por mim mesma e pela corrupção de minha essência, pela perda da inocência, e por perder minha inocência e minha pureza perdi minha maior defesa, e fui brutalmente ferida e atacada.

Tive medo de mim mesma, tive medo do meu poder de auto-destruição, tive medo de passar por isso de novo, e perdi o rumo, mas não a fé. Eu sabia que havia um sentido para que tudo fosse assim, eu sabia que minha magia me defende, e não faria nada contra mim mesma.

Decidi lutar pelo meu sonho, decidi lutar pela magia, tive fé apenas em mim, pois eu era o que me restou, encontrei os meus, dediquei-me a eles, amei-os e amo, com toda minha força, lutei por meus ideais, descobri sistemas e coisas indizíveis aos que não o viveram, dei tudo de mim.. mas, sobrou tão pouco para mim.

Fui aceita e respeitada por céu e inferno e por todos os cantos.

Mas, algo faltava, algo me matava lento veneno, eu havia conquistado tudo que queria, e quando devia estar feliz... fui infeliz, esqueci do que quem eu era no começo, fui tomada de Egos e de objetivos demais, de relações que por mais amor que houvesse me faziam escrava de mim.

Não pude agüentar, um dia prometi a mim mesma que nunca me trairia e a uma grande mulher que passou na minha vida a iluminá-la que eu jamais perderia minha exuberância.

Eis que morri em vida, me deixei perder tudo, até meu equilíbrio, minhas relações mais estáveis, minha identidade, minhas certezas, mas me restava intacta a fé na magia, e agora eu nada nada sabia dela, e tudo que eu conhecia não valia de nada, eu só sabia que era ela a força do meu renascer, e o único porto seguro.

Nunca fui tão feliz e infeliz ao mesmo tempo, ao mesmo tempo mesmo, e por diversas vezes quase desacreditei, mas quase...

Só quase, pois é impossível desacreditar de algo que se carrega no peito, no sangue, esta no ar que se respira e seus rituais são só uma forma de celebrar o amor e a vida.

Aprendi que nasci certa e sábia em muitas coisas e que fiz questão de tornar-me burra julgando-me sábia...rsrs

Aprendi que as grandes questões da minha vida, foram formuladas quando eu tinha menos de 11 anos, e que estas são as questões que verdadeiramente me importam.



Todas as coisas falam comigo, por que as pessoas dizem e acham que só as pessoas falam? E se as coisas só falam numa outra língua e as pessoas que são burras e não entendem?



Todo mundo que nasceu nesse planeta é mesmo desse planeta? Eu não sou desse planeta, por que eu não posso ser um ET?



Por que as pessoas acreditam em uma coisa quando são crianças, e quando adultas deixam de acreditar?



Por que as pessoas não aceitam as pessoas como são e mandam elas serem de outro jeito?



Para onde a gente vai quando a gente sonha?



Se os meninos se masturbam por que as meninas não se masturbam? Seria muito injusto de só os meninos pudessem se masturbar, deve ter algum jeito das meninas fazerem isso, por que ninguém conta para gente?



Por que os meninos tem revista de mulher pelada e as meninas não tem de homem pelado?



Por que para ser bonita eu tenho que ser que nem essas meninas?



Por que as pessoas rezam para um Deus triste e sangrento numa cruz?





É ... a gente nasce tão sábio, quanto um velho que morre. Ora mais.


 

  Aquela Mulher                                                                                               

Um comentário:

  1. Adorei as observações sobre as questões mais importantes da humanidade: as que fazemos quando crianças. Isso me fez ver que quase não lembro das minhas. Lembro do absurdo de pensar que não podíamos voar (porque nós não voamos como nos sonhos?), na grandeza do mundo (como existimos se o mundo é tão grande?) e de que minha constatação de que o mundo era redondo após dar uma volta inteira no mesmo lugar... tenho que lembrar!

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