Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Brotamento imotivado do mundo?

“De tanto ser só tenho alma” – Fernando Pessoa


De tanto ser me perco em mim...

Ontem eu era o brotamento imotivado do mundo! Será que hoje ainda sou? Será que eu sei que caralho é a brotamento imotivado do mundo? Sei lá... a gente tenta...



Me procuro, como uma criança que procura desesperadamente poder dizer o “Eu”, sinto-me cheia de mim e perdida no mundo, me sinto tão segura de mim e grande, que o existir no mundo torna-me pequena.


Realmente cada vez mais eu vejo na fenomenologia não uma opção, mas, um fato (ver na fenomenologia um fato que piadinha ridícula rsrs), eu realmente penso o mundo sobre um viés muito próximo a esta filosofia, realmente não existo longe do mundo, por isso as coisas do mundo me são tão preciosas...


Me enxergo através da manifestação que tenho junto ao mundo, junto aos outros, e quando estou junto, e quando sou junto sou (ser-aí), é mágico e aterrorizante saber que não existe distancia, e juro não existe mesmo, entre mundo interno ou externo, eles são junto, e o que sustenta e um metafísico ser de dentro.


Acordo, apressada, ligo o som, Beatles quando acordo de mau humor, Pink floyd, quando acordo reflexiva, ou Jethro Tull quando acordo egocêntrica, hoje foi Beatles rsrs.


Acendo um cigarro, olho meus e-mails, fumo o primeiro e delicioso cigarro do dia, e penso: Mais um dia de PUC, mais um dia para me lembrar de tudo o que eu sei, um tão pequeno saber diante de tudo que eu posso (e se posso logo deveria saber).


Tomo banho, tento relaxar a cabeça, me dar um pouco de carinho, e tão difícil ser solteira, quando se viveu uma vida de longos namoros... parece que meu corpo pede atenção, pede carinho, olhares, beijos e carinhos de verdade, eu sinto triste a busca do meu corpo pela água quente, como se essa pudesse me oferecer o afeto e prazer, que meu corpo pede e chora.


Saio do banho, olho no espelho: Que mulher eu sou hoje? Qual de todas vocês se manifesta hoje? – Assumo.


Me arrumo, com muito prazer, num espaço que é só meu, e busco sentir-me linda, o que não é difícil, por que afinal de contas, Eu me dou, e preciso, e hoje por muitas vezes consigo bastar-me, e me amo sim, tal qual um homem apaixonado ama uma mulher, me cuido para mim e por mim, no caso de hoje ouvindo Beatles, o Abey Road no caso.


E além da música ouço os gritos histéricos da minha mãe: _MAAAAAAAAAAAAAAAAAAYRAAAAAAAAAAA VOCÊ CADA VEZ DEMORA MAIS PARA SE ARRUMAR! QUE ABSURDOOOO! VAI SE ATRAZAR PARA A FACULDADE!!!! TAMBÉM FICA ATÉ TARDE ACORDADA, VAI ACABAR TENDO UM TROÇO!!!!!!!!!!!


Tah, ok... eu sei que eu abuso, mas essa hora é só minha, e são poucas as horas que tenho para mim, tão poucas, e eu me preciso muito, eu preciso de muita atenção.


Almoço, conversando com minha mãe... amenidades...


Detesto amenidades, mas, minha mãe sabe de mim, e me interpreta através delas, da minha existência, da minha respiração, é impressionante o quanto ela é sempre a bruxa má ou a fada madrinha, mas ela nunca é uma mera mortal, minha mãe é uma mulher muito poderosa, eu também sou, e carrego esse fardo assim como ela, mas, ela pelo menos teve a sorte de encontrar meu pai cedo, e ele a ajudou a carregar sua personalidade, e eu não, eu sou sozinha, e não tenho ninguém para me ajudar a carregar a minha, e por mais que eu queira não sei se sei dividir esse peso, tornei-me tão amarga.


Saio de casa vou para PUC, mais um dia, na minha amada Pontifícia, eu realmente Amo a PUC e amo a Psicologia, cada dia mais, a cada segundo a Psicologia entra em mim, como um veneno lento em minhas veias, ela me transforma, ela transborda em mim, e de mim, por que é tão natural pensar assim... pensar essas questões, lidar com o outro.


 As questões da psicologia me tocam, fazem parte de mim, é como se ao lidar com o outro, só existisse o outro e o outro e todas as suas possibilidades de ser, eu me dissolvo no outro, me torno o outro, enxergo com seus olhos... Deus! Que saudade da Quirologia! De quando eu trabalhava atendendo gente! Sabendo de ser humano, tocando, vivendo com eles cada angustia da alma.


E nessa dor não existia EU eu sofria como se EU fosse o Outro, nada tinha de meu nessa dor, era um conhecimento divino, mas, esse trabalho custava-me muito caro, mas, sei que logo mais, mas, já na Psicologia, vou voltar a vivenciar a terapia, a consulta, o outro, como o outro.


No caminho à faculdade vejo através das janelas, de ônibus ou carro, o mundo das cores que passam com formas disformes, e me sinto em uma saga heróica, uma Argonauta, em busca do Velocino de ouro, eu vejo a vida que passa por meus olhos, tenho medo de não ter feito o melhor de mim, em cada minuto que morre em mim, e tenho culpa, não quero jamais pensar, que fui/sou um desperdício, eu não agüentaria pensar que posso morrer com uma vida medíocre sendo uma pessoa medíocre...


Quero viver as mais loucas histórias! Minha mitologia contemporânea!


Porra Eu sou Aquela Mulher! Tem muita coisa aqui dentro! Quero poder me expressar livremente! Quero ser todas as possibilidades de ser aqui dentro! Por que minha alma é grande demais para estar limitada a essa condição humana de plena fragilidade, por nada. Deve haver algum lucro, existir é caro, deve haver lucro. Bom, pelo menos um é garantido: a Sabedoria (Sophia), somatória de phronesis (prudência) e logos (conhecimento).


Para mim se só vou levar daqui conhecimento (partindo da premissa de aqui só se morre o corpo), para mim, já é motivo suficiente para Viver, e curtir a humanidade, e suas proezas e prazeres, uma pena, que eu não saiba conciliar muito bem as coisas... rsrsrs


Chego na PUC, agradeço a Deusa e a Deus por ser quem eu sou, e peço forças para continuar sendo ...


Acendo outro cigarro... vejo meus amigos... estar aqui vale tão mais a pena, as vezes nem me sinto sozinha... rsrs


Agora é ir para aula...


Me cobrar por todas os livros que não li, por todas as coisas que eu não vivi.


Sou uma boba mesmo, nunca vi tanto Amor e tanto Desamor assim na mesma criatura, sou doida mesmo, me elogio o mesmo tanto que me critico, por que mesmo quando SOU, me obrigo a ser mais, e ser já me é tão desgastado.


Uma mulher insatisfeita, e insaciável. Nem Eu me agüento. Eu sou sempre muito... Sempre demais... Que saco!


E ainda tenho essa necessidade ridícula e narcísica de ficar falando de mim mesma, me estudando, eu me busco, e sei que não vou encontrar...


Por Deus, eu quero Amar, para esquecer de mim, quero deixar um pouco de ser, me preocupo tanto comigo mesma, que talvez tenha me tornado amarga, ou dura, forte ou fraca demais para amar e para não amar...


Sobre as coisas do coração EU NÃO SEI, mas, juro que não saber por vezes me é uma BENÇÃO DELICIOSA, eu queria deixar de saber das coisas...


 Quando digo: EU NÃO SEI. É delicioso, é nessa hora que posso tudo!


Não confundam meu “saber das coisas” como verdade, de verdades eu não sei nada, mas, sei o que quero das coisas e o que vejo.


Quando digo que das coisas do coração EU NÃO SEI é só por que não sei sobre isso definitivamente, sei lá...


A noite estarei carente, terei dificuldade de dormir, sentirei falta da voz de homem falando a me ninar...


FODA-SE que ridículo sentir...


Leio Sartre... e finjo que sou “durona”. Rsrsrsrsrs


Me chicoteio e me beijo... por aqui xuxu, é só uma expressão descritiva de uma vida estranha, de uma moça estranha que se confunde com sua própria vida, por que eu sou o que eu vivo, e não há distancia entre eu e o mundo...



Um outro relato, um grito no escuro, intenção, desejo e tristeza (muda).

  Mayra Beleza Portela         



Well, there's a



Hundred miles of desert



Lies between his hide and mine



I don't need no food



And no water, Lord



‘Cos I'm running out of time
- Uriah Heep, Stealin








2 comentários:

  1. "se confundir com a propria vida", perder-se em si, acho que é algo normal, isso é, se existe normalidade. Não existe certeza do que se é e do que se faz, por isso a procura de informação é sempre constante. E quando se é oque vive não há como existir uma explicação logica de nada...a não ser que se viva um (coitadiano)...ou seja uma vida sem vivencia.

    muito bom

    beijos

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