Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A HUMANA

Mayra com sono cansada, meio de saco cheio de existir pergunta a Aquela Mulher:

_ O que esta acontecendo conosco, eu sinto coisas que eu não sei decifrar, talvez sejam sentimentos novos no mundo, ainda não conceituados, ou talvez eu tenha lido pouco demais para conhecer palavras o suficiente.

Sinceramente, Mulher, estou perturbada, preciso ler, estudar, escrever, muito muito muitoooooo mais do que eu faço, pois, eu não faço mais que a minha obrigação, é preciso hoje, voltar aos pensadores, pois meu material mental não esta dando conta da complexidade do meu mundo.

Ás vezes desejo uma espécie de morte física, eu Odeio, os limites do corpo, odeio o tempo que se gasta dormindo, odeio o tempo que se gasta comendo, odeio meus desejos e necessidades emocionais e carnais... Eu queria poder engolir o mundo com a minha cabeça.

Minha alma – Você, é grande demais para limitar-se a essa vulgar estrutura biológica, Odeio os limites e as paredes que me aprisionam. Por isso AMO e ODEIO a morte, eu a amo por que ela é a esperança de ser livre dessa vida humana-vulgar, e eu a odeio, pois ela é o relógio que marca o tempo em que estarei presente nesse plano, e adorado laboratório de estudos.

Eu sempre sei pouco, vivi pouco, me aproveitei pouco de mim, e tic tac, menos um minuto de vida, sinto vontade de achar um jeito de dormir a menor quantidade de tempo possível, sinto vontade de tomar cápsulas de alimentos que não me dêem fome, sinto vontade de achar um homem maravilhoso, que me ajude a entender e carregar minha pesada psique – Aquela Mulher, e que me dê o sexo que preciso do jeito que preciso.

Alias louvado seja o Sexo, que é um presente dos divinos aos humanos, uma forma de ser Deus por romper-se as emoções vulcânicas do corpo.

E a linguagem e a minha amada psico-filosofia é isso, é como eu, um corpo frágil que limita em linguagem, um pensamento imagem (alma), grande demais para caber em letras.

E observem a que ridícula condição estou imposta:

Eu, Mayra Portela Mendes, que muito preferiria Mayra Beleza Portela, sou um corpo, um código de barra, em uma sociedade machista, com valores patriarcais que me fazem sofrer, em uma sociedade consumista, logo capitalista compulsiva, que vê apenas como uma servente a produzir Dinheiro.

O Valor, A Lei e tudo é materializado em notas sujas, em números, em conceitos que nem sabem ao certo serem concretos.

Eu, com meu corpo, com minhas dores, e limitações físicas, preciso entender minha aprisionada alma que precisa nesse plano do corpo como veiculo de manifestação. Através da psico-filosofia que é limitada em linguagem, pois precisa da linguagem para manifestar-se nesse plano, e eu preciso dessa “arte” para compreender, e conceituar (logo, dar forma, isto é dar corpo, tornar linguagem) a minha Alma, que já esta conceituada sobre esta forma física e corpo.

Sim, estou em crise existencial, por que estou irritadíssima com minha condição humana, com minhas células morrendo a cada segundo, com a possibilidade da doença, com o vício do sexo e do cigarro, com a necessidade ridícula de dormir.

E sinto-lhes dizer, mas acreditar no “impossível”, é acreditar, não é fundamento, não é mensurável o suficiente.

Até agora posso ter-lhes parecido absolutamente racional, mas, não se enganem, só possuo uma boa dialética, sou uma menina sonhadora e idealista, carente, romântica e repleta de feridas abertas...

Preciso de carinho e atenção, preciso me sentir amada, e eu detesto esses precisares, mas, não posso negá-los.

Vou contar-lhes um segredo sou absolutamente auto-destrutiva, uma suicida em potencial, sou masoquista também, mas sou tãaaao altruísta.

Sou auto-destrutiva pois, me Odeio, por ser humana, por minha forma e unidade corporal me confinarem a isso... Todas as outras de nós são Livres, todas as outras de nós são meio Deusas, Anjo ou Demônio, mas sempre Deusa!

Uma vez tentei me matar, há anos atrás precisamente, há 8 anos atrás, quando decidi, que Aquela Mulher não merecia me ter como fator limitante, eu a única humana.

Sou masoquista, por que tenho prazer em agredir minha humanidade.

Entrei em um estado de quase morte, quando a exatos 8 meses, fui acordada, tive que recomeçar de onde parei, uma garota de 13 anos, amadureci um ano por mês, intensa e inteligente como sou, e aqui estou, com todas as crises dignas de minha terrível humanidade.

Aquela mulher segura as mãos de Mayra e lhe diz firme mas, ainda carinhosa:

_Eu sei que você esta sofrendo, eu sei que quando você é a face da vez as coisas tendem a sair do controle, você esta crescendo... Eu não posso te dizer que sei o que fazer, mas, sei o que é consenso entre nós, talvez isso te ajude a pensar.

Já foi provado, que sou forte o bastante para sustentar o peso de nossa personalidade total, mas, eu olho para ti, eu olho para Lyz, minhas princesas! Você Mayra, esta feliz, conquistou muito, mas nossa pequena Lyz, anda mal, parece um cadáver pelos corredores do Castelo de Prata, desacredita a princesa vaga, sem poesia alguma.

Mayra, você é o reflexo carnal de mim, você conhece as dores físico-sociais de ser quem somos, sei que o peso de todas nós lhe dói as pernas, as costas... e ouço você chorando baixinho, pedindo para que fosse possível sermos menos mulheres, menos complexas, e ate menos poderosas, é muita mulher numa mulher só.

Linda só tem, o muito vivido nos seus fortes 21 anos, dê um basta nas exigências. Veja aonde chegamos, veja como você finalmente esta se encontrando, de valor para isso, você sabe a receita para continuar crescendo.

E dê Graças aos céus, pelo fato de que como foi concluído através do positivismo e da filosofia Kantiana: O objeto de estudo da Psicologia é o homem, isto é o homem estuda o homem, temos de cara um problema epistemológico, mas ok.

O importante é que construímos um método terapêutico de estudo-ánalise, onde Aquela Mulher estuda Aquela Mulher, e funciona!


Mayra diz:

Chega! Você não compreende, que todas vocês, usam do meu corpo, da minha vida para existirem, quase como se incorporassem em mim, mesmo sendo eu.

É muito peso em uma vida só, e ninguém para me carregar. Eu preciso de alguém que me ajude a carregar o peso que é ser quem eu sou e que saiba e goste e aceite o que sou, todas nós, caso contrario é sofrimento.

Quero poder contar meus pensamentos e idéias mais absurdas!

Cheguei em casa de novo exausta, de novo com dor de cabeça, olhei o telefone impulso de ligar para alguém...

Contar como foi meu dia, desabafar, gritar, chorar, eu preciso poder morar um pouco em algum lugar que não seja dentro de mim, eu quero voltar para a casa, amar de novo...

Me entregar, e poder ter sim, um porto seguro, eu já sei carregar meu próprio peso, com meus pequenos pés, eu sei! Mas, vocês me atazanam! É difícil conseguir se envolver, se são tantas mulheres em jogo...

Aq : _ E você sabe, que eu nunca mais quero enterrar uma de nós, por isso me preocupo com a Lyz... E no fundo o sofrimento dela é o mesmo que o teu, na verdade o sofrimento dela reflete sobre a sua humanidade.

May: _Minha maldita humanidade... eu queria ser uma luz...

Olha para o céu, e suspira.



Mayra Portela Mendes Mayra Beleza Portela e Aquela Mulher

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