Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Independência, homens e SAPATOS!!!!!!

Se paro quieta por um instante ou dois instantes, sei que minha alma engole o choro, sinto meu coração tornando-se um músculo mais forte e duro, daqueles que os lutadores fazem questão de treinar mais, para que fortalecidos não sintam tanta dor quando apanharem.

Existe um consenso dentro de mim, de que tenho gastado forças demais em satisfazer sonhos e desejos que são tão intensos e tão bonitos, e tão importantes para mim, que sua não realização, é a angústia da frustração e auge da carência, que de tão carente transforma-se em armadura.

O mundo e sociedade estão fazendo algo horrível comigo, mas ao mesmo tempo algo engrandecedor, estão me afastando da Princesa da minha psique, me fazendo deixar um pouco o mundo dos contos de fadas, isso me entristece pois, me faz perder uma esperança que aquecia meu coração desde menina, mas ao mesmo tempo fazem de mim uma mulher mais forte e independente para lidar com toda a merda da mundo moderno.

São as couraças do caráter, elas estão travando o meu corpo, estão fazendo com que eu me sinta uma velha com dor nas costas, me torno rígida, mas, não por de fato buscar sê-lo ou por esta ser minha natureza, é só por sobrevivência da integridade de minha personalidade.

Mas, de repente me vêem a questão “Eu quero realmente ser uma mulher forte e independente, que sabe lidar com a merda do mundo moderno?”

Eu não sei dizer, e temo que a resposta seja positiva, e temo que a resposta seja negativa.

Sendo negativa, acho que terei um surto psicótico mês que vem, e terei certamente um enfarto antes dos 30. E poxa, definitivamente gosto de correr risco, mas tenho amor a vida. (obs: sou dramática e exagerada mesmo).

Sendo a resposta positiva, deixarei de viver as coisas com a intensidade que gosto, me arriscando como gosto, deixarei de viver cada segundo como se fosse o último, aproveitando o máximo, aprendendo o máximo, gozando e sofrendo o máximo.

Pois, deixaria de entregar-me tão intensamente e rapidamente às coisas, e entregar-se, é deixar que algo de amor aconteça entre você e o mundo (ou o objeto), e na entrega verdadeira, e no amor é preciso trocar a ponto de poder dissolver-se.

Ser independente, é garantir que você não precisa do outro, que você se basta, e eu, meus amigos, nunca me bastei, nunca fui independente de verdade, sim, Eu tenho o vício das bacantes, amo por 1 noite com a intensidade e a entrega de uma vida.

Sim, eu preciso do outro, para que eu possa viver minhas emoções extremas.

Será que eu quero abandonar minhas maluquices?

Será que eu quero aprender a ser uma pessoa equilibrada, estável e que conhece o meio termo? Será que eu quero tirar só 5, e garantir que eu passo de ano?

Como viver de verdade no meio termo, sem entregar-se, sem enlouquecer, seja por um homem, por uma mulher, por um livro, por psicanálise, magia, batata ou qualquer coisa?

Será que eu não vou perder tempo de aprendizado? Caramba a vida é tão curta, para que eu me dê ao luxo, de viver na comodidade covarde do meio termo, eu nunca fui medíocre.

Mas, será que minha psique não agüenta mais, viver e produzir minha amada, programada, criada, moldada, obra de arte?

A minha piração, os meu tramites, o meu jogo, a minha mente, a minha elaboração complexa de vivências absurdas, reais e irreais, aonde em letras me acho, me resolvo, me amo, me basto a mim, e me torno tão vulnerável, e forte!

Ok, as coisas perderiam muito de seu tempero, minha loucura tornaria mais sã, minha arte mais sem graça, minha dança mais amena, meus olhos menos agudos.

Minhas relações seriam mais saudáveis, afinal, eu assustaria menos as pessoas do que com essa expressão cardinal de minha personalidade majestosa e abundante. INTENSA.

Eu tenderia a voltar a ter controle de mim. C-O-N-T-R-O-L-E, eu voltaria a ter C-E-R-T-E-Z-A-S.

Mas, o C-O-N-T-R-O-L-E limita a ação do desejo, inibe a ação do mundo sobre a pessoa, e da pessoa sobre o mundo, deixando de proporcionar ao individuo a sensação de risco e perigo (tão deliciosa).

E você me pede


Pra ter paciência


E juízo, e juízo


Mas o que eu gosto


É de andar na beira


Do abismo, abismo


Arriscando minha vida por um pouco de emoção.


(Rita Lee)



Caralho! O C-O-N-T-R-O-L-E gerado por minhas novas couraças de carater, certamente me dará crises de abstinencia, absitinencia da minha DROGA, o tesão, a paixão, a adrenalina, e toda forma de emoção dramática e exagerada.

Mas, voltarão as C-E-R-T-E-Z-A-S, detesto as C-E-R-T-E-Z-A-S, não há nada que ateste mais burrice em alguém do que dizer: “Eu tenho certeza de...”. E eu já fui nessa vida, uma burra genial.

Eu tive muitas C-E-R-T-E-Z-A-S, acreditam que eu achei até que tinha certeza de quem eu era?

Ah não fui só uma burra genial, fui uma egocêntrica burra genial.

Na época que eu tinha C-E-R-T-E-Z-A-S a vida era tão mais sem graça, e tão vulgar, os dias se confundiam uns aos outros, e eu estava tão longe de entender algo verdadeiro sobre mim, tão longe...

A certeza de ser alguma coisa, te faz esquecer que se pode ser tantas outras, e eu odeio viver com poucas possibilidades de ser.

Não quero tornar-me burra de novo, não quero julgar alguém como errado, não quero saber em que chão vou pisar, mas de certo preciso de bons sapatos!



BONS SAPATOS!!!!!!!!!!!!!! Seria isso o que eu preciso?

Bons sapatos, para que eu possa andar, sem machucar os pés, sem cansar-me tanto, mas correndo o risco de cair, tropeçar, até de quebrar o pé, pisar numa poça d’água.



Sim, preciso de bons sapatos....


ESTOU CONSTRUINDO MEUS SAPATOS!!!!!!!


As couraças novas, são sapatos! Elas me ajudarão a viver com menos dor e desgaste não evitando os perigos do chão, eu poderei ficar sem chão, ou me machucar, a vida continuará a ser intensa.


EU ESTOU TÃO TÃO ORGULHOSA DE MIM!
Eu nunca construí, costurei, nenhum sapato para mim, sabe porquê?

Eu sou a Cinderella, eu tenho complexo de Cinderella, sempre um homem me dava sapatos, ou ele se fazia o chão, (e o porto seguro), eu precisava Deles, para andar com menos dor, e ter certezas.



Agora eu estou conseguindo vencer, mas também não posso cantar vitória, tenho só uma pequena sola construída, meus pés ainda doem, mas eu comecei meus sapatos.

E EU que fiz!

Serei mais feliz com meus próprios sapatos, pois eles não vão apertar meus pés, cansá-los, cortá-los em algum ponto, como faziam os sapatos que os homens me davam, meu sapato será exato, será perfeito, e poderei fazer maratonas com eles!



Pai eu já tô crescidinho


Pague prá ver, que eu aposto


Vou escolher meu sapato

E andar do jeito que eu gosto

...

Pai já tô indo-me embora

Quero partir sem brigar


Pois eu já escolhi meu sapato


Que não vai mais me apertar!


(Raul Seixas)



E eu já tenho os pés tão pequenos e tortinhos, nunca tive bom equilíbrio, mas agora vou construir sapatos perfeitos, e os usarei todos os dias, e quando eu encontrar ou for encontrada por alguém que realmente me mereça, vou tirar meus sapatos de vez em quando, e usar as pantufas quentinhas que ele me dará, ou deixar que meus frios pequenos pés descansem em cima dos pés dele abraçados, por toda a noite...

Mas, de manhã, tirarei as pantufas, ou deixareis os pés dele, e calçarei os MEUS SAPATOS que eu mesma construí sozinha, mas, com ajuda (*) de grandes amigos e grandes paixões (de um minuto, um mês, 9 meses, 2 anos, etc...)

E sairei para minha vida, correndo riscos, vivendo louquintensamente, com meus olhos agudos, minha fome-tesão de existir, sendo a bacante que sou, sustentando a piração, mas, calçando os MEUS SAPATOS!!!



(*) Agradeço, eu não teria conseguido sem vocês!!! Sapatos-oscar rsrs

Agradeceria também a tantos outros, mas citarei os que envolveram-se diretamente no tema.

Quero agradecer à Meu Pai, que sempre me disse que eu deveria ser uma mulher independente e nunca depender de homens (ele dizia financeiramente, mas serve para isso também).

Á minha Mãe que repetiu tantas vezes “Você se desgasta demais por coisas inúteis e idiotas tenha paciência!” até que por repetição, entendimento ou simplesmente reforço, eu percebi que é verdade.

À Mariana Farinas (uma mulher Super Poderosa e Super Amiga), que me ajudou a me reconhecer (conhecer de novo), e que sempre quando preciso, me empresta suas lentes, e me deixa ver através de seus sábios olhos de rapina, as coisas que antes eu nem via direito, me ajudou a ser eu mesma, para poder ser eu por mim.

À Kel Wychoski, que com toda sua primavera, justiça e verdade nos olhos, me disse a verdade nua e crua que só uma amiga de verdade é capaz de dizer a outra.

À Kallynne Portela Borguetti (minha prima), que através de seu doce retorno a minha vida, e tamanho conhecimento sobre minha personalidade básica, não só mostrou-me verdades, mas com sua presença, me fez perceber que eu usava algo diferente nos pés...

A todos os homens, meninos, moleques, que me trouxeram algum dia nem que só por um segundo, dor e frustração..... rsrsrsrsrsrsrs...... A lista de nomes seria grande demais para ser escrita, então tratemos como incomensurável.

CINDERELLA PERDE O SAPATINHO NO BAILE, FICA DE SACO CHEIO DO PRÍNCIPE E DE ESPERÁ-LO, JOGA SEU OUTRO SAPATO FORA E RESOLVE CONSTRUIR SEUS PRÓPRIOS SAPATOS.

                                                                                                                                        Aquela Mulher  

                                                                                                                                                            Agora com seus próprios Sapatos

Um comentário:

  1. Mayra, minha querida, acho sinceramente que você NÂO precisa de sapatos, finque seus pequenos e fortes pés no chão, sinta a aspereza, sinta o frio, sinta incandescência da vida sem eles...

    Outra coisa, olhe as coisas com os seus olhos, pois você é e sempre será aquela que TUDO vê. Você não precisa de outros olhos que contam histórias, memórias e vidas que não lhe pertencem.

    Te amo muito

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