Bem Vindo às Minhas Insanidades!!!

Estou consciente de algo em mim: Dê-me papel e caneta, e terei a honra de lhe reapresentar o mundo, através de minhas lentes, com um pensamento feminino ativo que vê o mito e a magia como algo certo e empírico, e que de vez em quando chupa as bolas do Deus Ciência.

Dentro de uma só Mulher, moram várias mulheres. Essas mulheres dialogam entre si, em busca de sua unidade e sobrevivência.

Quero falar sobre Essas mulheres (e não só as minhas personas) mas, as outras mulheres no mundo, enfrentando, ou se sujeitando a Lei Deles.

Quero falar de como podemos tornar o mundo um pouco mais Delas...

Quero contar e cantar a Arte D'Aquelas Mulheres: Bruxas, Magas, Feiticeiras, Fadas, Cortesãs, Esposas, Mendigas, Drogadas, Artistas, Bailarinas, Filhas, Mães e Avós...

Nesse mundo Eva é aceita porém subjugada, e Lilith... rsrsrs

Eles tentam calar, amordaçam nossas Liliths, é hora de lutar por nosso direito ao prazer e a magia de ser Mulher.

Eu sou uma Guerreira de Lilith!!! E nós Somos Muitas!!!

Aquela Mulher

terça-feira, 13 de julho de 2010

Fundamentos descolados da Teoria da Coisificação

Me diz é errado ver o mundo assim???
Não há certo ou errado vê quem quer como quer...
É nosso direito...

"I dreamed you had left my side..."


Para não dizerem que eu só falo "Feminismos" rsrs

Teoria da Coisificação:

Bom, começo esse texto com algo que meus próximos, aqueles que conhecem um pouco de meu pensamento já estão cansados de ouvir sobre: Só descobrimos a nós mesmos através dos outros.
Sartre coloca em uma cena de sua peça “Entre quatro paredes”, 3 pessoas (2 mulheres, 1 homem) que morreram e foram para o inferno, o interessante é que o inferno é, um quarto branco com uma luz, onde as 3 pessoas terão de conviver pela eternidade "O inferno são os outros".
Uma das moças vaidosa, decide retocar a maquiagem, procura o espelho na bolsa, ao entrar no inferno tiraram-lhe o espelho, não existe espelho no inferno sartriano, a única forma de enxergar-se é através dos olhos de outrem. Essa alegação é muito forte: Só posso saber quem sou através do outro, só posso me enxergar através dos olhos do outro.
Devemos lutar contra rótulos sim! Mas, sinto informar-lhes e informar-me, somos escravos da Coisificação.
Pensei muito até conceituar o que seria minha idéia de coisificação, para isso precisamos deixar alguns conceitos prévios definidos.
Conceituar: conceituar é sempre ligado à linguagem, é observar um processo subjetivo de modo total e transformá-lo em palavra.
A Coisificação é diferente, ela é escrava dos conceitos, sem dúvida, mas trabalha diretamente com relações, relações no mundo concreto. Por exemplo: cadeira é um objeto-coisa, logo não faria sentido ser coisificado, mas vamos lá – a cadeira (objeto-coisa) só é a cadeira, por que o sujeito, vê na cadeira o objeto final de sua essência, sentar-se.
Isto é, coisificar é conceituar segundo a utilização.
Em geral é utilizado de modo horrível, por ex: Se te julgam estranho, e observam sua utilização como encher o saco, você vira uma coisa estranha que enche o saco, e o sujeito só te vê com este objetivo, logo te trata dessa forma.
Você se sentirá dessa forma, e agirá dessa forma, logo também terá um pouco dessa expressão.
Aquele que considera-se bonito, só é bonito pela valoração que o outro atribui, dessa forma, as coisas só são segundo a, as coisas só são para.
Nós só sabemos como as coisas são, segundo sua manifestação, o objeto em si só é segundo a manifestação, a meu ver, é impossível tratar do ser em si, o “Eu sou inteligente”, existe, mas, é dito e descoberto através de sua manifestação, logo, o “Eu sou inteligente” é igual à “Manifesto-me de forma inteligente”, a partir do momento onde conclui-se aqui que o ser é a manifestação do ser.
Manifestar-se é tornar-se presente, apresentar-se, e só se torna presente à alguém, à alguma coisa, dessa forma concluo que o ser depende do objeto.
Essa alegação é tenebrosa, pois destrói a independência, o homem (humanidade), é escravo do homem, daí vejo quão genial é Aristóteles!! O Ari arrasa!!
“O homem é um animal social”, “O homem só é homem na polis”.
Vamos voltar ao microcosmo da questão, os esteriótipos, quando encarados como elementos ativos na psique do esteriotipado e do infeliz que o esteriotipou, validam um processo que chamei de Coisificação.
Por exemplo, uma pessoa x conhece pessoa y, pessoa y usa roupas diferentes de um padrão, tem um jeito diferente de falar, a pessoa x tende a coisificar a pessoa y como “pessoa esquisita”, a partir do momento que a coisificação é feita, não interessa mais quem é a pessoa y, ela é despersonalizada, para ser coisificada.
Ela não possui mais alma, agora ela é uma coisa, e será tratado como tal. Agora começa a graaaaaaaaande questão, a pessoa y, é tratada como pessoa esquisita, como o ser só existe em sua manifestação, e só reconhece a si através do outro, e a manifestação é o aparecer a.
FODEU, a pessoa y, sente-se e torna-se realmente esquisita, e terá de lidar com as dificuldades impostas pela bosta da sociedade que a fez ser esquisita, que desrespeitou profundamente sua personalidade.
A sociedade não sabe ser inclusiva, (não estou aqui julgando), mas, se tratarmos por exemplo uma pessoa mentirosa como mentirosa como podemos esperar que deixe de ser mentiroso? Se tratamos o mendigo como mendigo, não dando oportunidade, excluindo, como esperamos que este o deixe de ser?
E de quem é a culpa?
Certamente não é da coisificação, a coisificação não é ruim em si, ela é inerente ao ser humano, a questão é que socialmente existem esteriótipos prontos vendidos pela mídia, e fixados através da história, que automaticamente são utilizados na coisificação, por que é mais fácil utilizar um esteriótipo pronto, do que pensar e sentir o outro afim de coisificá-lo com justiça.
Coisificar acontece, é de nós, então coisifiquemos de maneira mais pessoal, não utilizemos de pré-conceitos, de esteriótipos estabelecidos, pois quando os utilizamos, reforçamos o mal, que será também o nosso.
Importantíssimo, dizer também a parte boa da coisificação, cada pessoa nos coisifica de um jeito, logo cada pessoa incita, aciona um lado diferente de nós, logo a coisificação, nos proporciona a delícia de cumprir vários papeis ao mesmo tempo, de sermos varias pessoas ao mesmo tempo.
Lógico que cada um nasce com uma base de personalidade inconsciente que lhe é própria, mas a manifestação é diversa, daí podemos exercitar nossa riqueza de recursos internos, demais isso!!!
Outra coisa, a coisificação acontece em todos os níveis, os lugares também nos transformam, os objetos também nos transformam.
A multiplicidade humana é deliciosa, e digo outra coisa, amadurecer é conquistar propriedade sobre várias facetas, amadurecer é saber ser vários em vários lugares com consciência, e isso só é conquistado, por quem se vivencia no mundo sob formas diversas.
O medo de viver e arriscar-se é fadar-se à imaturidade e ao infantilismo, é não dar-se a chance de crescer, e de conhecer todas as suas faces, se posso os aconselhar, (costumo ser boa nisso), Arrisquem-se, claro que estabelecendo um limite de segurança (as vezes esqueço dessa parte), aproveitem seus recursos internos e deliciem-se com a grandiosidade em potencia de nossa psique!
                                                                                                       Mayra Portela                                               
      

Exercitando o narcismo, sendo Eu mesma, a maluca (olha a coisificação)abaixo:
Estava pirando escrevendo e ouvindo Pink Floyd, a trilha sonora de "More" (sempre inspirador), e lembrei dessas fotos do dia do meu aniversário, tiradas pela Mariana, agora em terras além mar.

















"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre" - Clarisse Lispector

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