• Parte I: A voz interna – A sensação
• Tempo presente
Estou enclausurada num mundo de prédio vozes e pessoas
Estou transtornada com a barulheira surreal da minha vida
Todo mundo diz e ninguém fala
É só uma massaroca de sons ocos de sentimento
Estou embasbacada com a grandiosidade da potência das vozes
Soprantes elucidantes emaranhantes de idéias transtornadas de sensação
Sou uma diva nua entre as estrelas
De uma terra derradeira de um lugar nenhum
E hoje enclausurada em forma, em corpo em dom
Essa coisa de ter que ser o tempo inteiro não me deixa existir direito
Ai! Que pentelhice existencial!
Essas idéias ficam me pegando e me cutucando e me chupando...
Estou sendo engolida por minhas idéias, por meus conceitos e letras, estou tentando, estou trabalhando, estou tentando ser real, concreta, reta, certa.
E por Deus, como não sabe o quanto sou errada!
Errada errada errada!
Vamos lá, precisamos fazer as coisas certas!
• Parte II: Apócrifos Mitológicos da visão presente
• O sonho - inconsciente
Garotada é só um muro de marshmallow a grande entrada de uma dimensão suspensa.
Nos olhamos, cegos por que não existimos de mentira
Sou ser de espírito, sou ser de cama, berço, gozo e coração.
Inteiro, estamos crianças a sós numa eternidade de desejo, açúcar e possibilidade
Dai-me de criar vida, inspiração, e malandragem.
E que a rima não me perca mal sentida, todo centímetro da viagem
Já não caibo dentro de mim, deixe-me transbordar
DEIXE-ME TRANSBORDAR
De loucura simples, de conexão singela
De chão, luar, ou estrela.
Agora que sou inteira?
EU SOU INTEIRA
• Parte III: Descobri – SOU INTEIRA – O Conflito
• Questões do surto
De paraíso, perdição, pecado, capela, poesia, cerveja, VIDA - MORTE – MULHERLOUCA
Ser inteira, que horrível controle dos personagens! Que horrível noção do limite!
Que morbidez louca escura fria, que sacal, esse lugar sem grave ou agudo
Para quem aprendeu a viver sempre sendo um eu mais forte que os outros.
Estou só, entre as estrelas da minha criação
Entre as melodias, dos versos ressonando no universo um “om” de faz de conta
E eu aqui sozinha me deparo com um paraíso de açúcar inesgotável...
Sei do doce, sei do salgado: mas tão centrado meu centro e moradia,
Já faz dias que moro somente em mim
Tortura, sem grito
Calada, deliciosamente torturada no silencio eterno...
• Parte IV: De onde vêm? Por que da inteireza que dói e sacia?
• Evidências
Acabo de descobrir que estou grávida de um filho pleno
Grávida de um filho que virá da essência da Terra, e da Alma mais pura de uma estrela
Estou louca, preciso captar o sentido da grandiosidade desse momento
Sim, o eixo – o eixo me foi dado pelo esperma
Quando senti as flores e plantas que cresciam por meu corpo em flor
Que se encaixava e tremia
Estou sozinha, e em meu centro pois, porto a semente
Estou sendo a única casa, de um algo que depende só de mim
• Parte V: PORTADORA DA TAÇA DE BABALON
• A missão
Porto o cálice sagrado da vida do renascimento
A Taça de Babalon
Estou pronta para tirar do mundo a energia exata
Minha alquimia particular
E quando eu beber desse Cálice, vou parir a criança de Deus
- Minha Síndrome de Virgem Maria
• Parte VI: Equinócio da Primavera
• Eu a Virgem da Primavera?hum?
Fui inaugurada na Primavera.
O Ritual começou na Sexta
Inda na madrugada eu chorei sozinha a angustia do medo de passar fome no inverno,
Não tive acalento ou abraço, estava sozinha em lamúria e desgaste
No inicio do dia, o fogo quente de Sagitarius, minha estrela da sorte, abraçou minha dor, e juntos doemos por que doía muito, algo grande fenecia, algo grande nascia, e separados ou acompanhando-nos se sabia...
A purificação da paranóia, em acordes justos acentuados da guitarra do jazz.
Quando vi que em sua alma e corpo a dor de sua ferida era maior que a minha, abri-me em mãe e curei-o como pude, por que sofria da dor das mesmas chagas, e Sagitarius, benevolente, me mostrava um tenha calma, assim, o fogo se uniu e respirou pouco mais calmo.
Quando disse um visitante estranho eu ser a pessoa mais estranha que este já conhecia, e ao olhar criatura tão estranha, confundi, um misto de orgulho e vergonha – um joker
Um rápido orvalho invocado por uma sereia.
Meu homem caminhava, eu via por trás dele, eu temia, eu queria gritar, eu o Odiava, por que ele era o Dono da Virgem da primavera, por que ele caçaria a Virgem, e a faria mulher, e a levaria para um lugar onde tudo é luz e tudo esta sempre bem. (ou não)
Meu Hades.
Ele queria tomá-la, minha virgem, minha entrega, meu pudor, meu centímetro, meu lugar onde nenhum homem entra...
Ele é o Senhor de todos os meus lugares e ritmos, e a cada passo do meu corpo, ele poderia conter num abraço, e desmanchar num beijo lento.
Sem nada meu. Tudo em mim é nosso. Nada em mim é meu. Tudo em mim é meu.
Ele era meu? Ele é meu?
Talvez nunca como eu desejo...
Partiu meu homem a floresta, ele voltaria, com lenha, e trazendo o jantar
Uni-me em celebração com os meus, CELEBRANDO.
A sabedoria de terra molhada, poesia simples de tom choroso e intenso de um guardião.
O clamor engraçado, sórdido, sexual e extravagante que silenciou minha alma em conselho.
A brincadeira gostosa de menina mulher, anfitriã, e amiga.
A graça da beleza imaculada de viver sendo
A não repressão de tudo que se é e se morre de medo de dizer
A espivitada sabedoria das ninfas cantoras que me encantam a cada dia
A leveza firme e sábia da Senhoras
A força dos meus que ganhou minha alma me fez em mim... FELLIZ
Louca e delirante e Feliz
ARADIA voltou, com seu cavalo e sabedoria, voltei ao meu sacerdócio, sentada no trona da lua, onde as meninas trançaram desejos em meus cabelos...
A Aradia voltou... eu cumpri a primeira missão.
Feliz nos braços de meu homem que voltava, e celebraria comigo a primavera
Ganhei até bênçãos da própria ninfa da primavera!
Entre beijos, doces doçuras , safadezas e presentes, beijava meu macho, ria seu nome, dançava com os meus... e cantava o ritual dos dias...
Meu homem, nos braços dele...
Fui explodida com o esperma do amor puro verdadeiro atemporal e incondicional
Não sou mais virgem.
• Parte VII: As Bençãos – A terra que acolhe a semente em minha taça
• As fontes: esperma do espírito
Depois, fui presenteada com a verdadeira Amizade – transcendental bela e eterna: Solidão Acompanhada, que conhece e ama e ama por que conhece logo ama.
Tive a meu lado amigas, filhas, irmãs e mães
Amei-as.
E voltei aos braços de meu macho.
Grávida – mas, um algo, um algo se pedia necessário, minha criação precisava das energias que mais me dão suporte, minha alma precisa da conciliação afetiva da vivência, minha alma precisa alcançar um nível de trancendentalidade afetiva imensurável, para que eu possa ficar raízes e criar, parir.
Da luz galáctica de Além da imaginação, o sopro estelar foi dado, a pajelança colocada, e purificou-me a alma e os sentidos dizendo: Esta tudo bem, olha é só isso: nada disse
Só disse que eu era um raio ilimitado de ciclos, e que é coisa de ciclos deixar para depois. Mas, sua energia, e a idéia de ser um raio, me propiciou a pureza da mente e alma juntos pensante e revelando o universo de tudo que acontece, acontecerá e já aconteceu.
Por que estou grávida, sou uma e amo.
• Adendo Vivencial: O inicio da música de minha mãe: Shine on Crazy Diamond!
AQUELA MULHER
ECHOES
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